segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

 Filogénese e Ontogénese

Filogénese: A filogénese estuda a história da evolução humana, nomeadamente a constituição dos seres humanos como sujeitos cognitivos. A paleontologia humana, baseada em inúmeras investigações, afirma que os homens nem sempre tiveram a mesma constituição e  capacidades. A explicação mais consensual é que a evolução da nossa constituição 

 morfológica e funcional, foi feita em simultâneo com o desenvolvimento das nossas capacidades cognitivas (memória, linguagem e pensamento) e esta de forma articulada com o desenvolvimento das nossas realizações e capacidades técnicas. Todos estes factores de forma inter-relacionada contribuíram para gerarem a espécie que hoje somos.


Ontogénese: O conhecimento é encarado como um processo de modificações e adaptações ao meio que desde o nascimento  ocorre em todos os seres vivos. Segundo diversos autores, a ontogénese repete a filogenese, isto é, o desenvolvimento da humanidade é como que repetido no desenvolvimento de cada ser.

Jean Piaget (1896-1980), o criador desta abordagem científica do conhecimento (a Psicologia Genética), começou por estudar o modo como, em cada indivíduo se desenvolve a faculdade de raciocinar (abordagem genética) considerando, deste modo, que esta faculdade  não está pré-constituída aquando do nascimento de uma criança. Chegou à conclusão de que na origem do conhecimento estaria um processo dinâmico em que há uma permanente interacção entre o sujeito e o objecto. O estudo deste processo de constitutivo das nossas capacidades cogitivas, conduziu Piaget a descobrir  quatro grandes períodos ou estádios que são caracterizados em função das capacidades, de que um indivíduo dispõe para a apreensão e organização da realidade. 1. Estádio da inteligência sensório-motora ( do nascimento aos 2 anos); 2. Estádio da inteligência pré-operatória ( dos 2 aos 7 anos); 3. Estádio das operações concretas  dos 7 anos 12 anos); 4. Estádio das operações formais ou abstractas.  Cada estádio representa uma forma de equilíbrio mais estável. Nesta perspectiva não existem estruturas inatas. Inata é apenas a necessidade de adaptação ao meio. Esta perspectiva do conhecimento é hoje denominada por construtivismo.

Inês Sousa

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