Um grupo não é um mero somatório de pessoas, pois nesse caso referimo-nos a ajuntamentos ou a multidões. Deste modo, define-se grupo como uma «unidade social constituída por pessoas com papéis interdependentes orientadas para objectivos comuns e que regulam o seu comportamento por um conjunto de normas» estabelecidas pelos próprios elementos do grupo. Como facilmente se constata é na adolescência que as pessoas dedicam mais tempo a passear, falar ou apenas a estar com os amigos da mesma idade. O facto dos membros ao pertencerem a esse grupo prepara simultaneamente a sua pertença na comunidade mais abrangente, a sociedade. Nesse sentido, ser membro de uma comunidade implica primeiramente e a um nível mais básico, tornar-se membro da comunidade de pares. A comunidade de pares revela-se, portanto, uma base essencial de aprendizagem do jovem para que se torne num membro do próprio sistema social. Para além de promover as competências sociais, o grupo de pares ainda contribui notavelmente para o desenvolvimento psicológico do adolescente. Esse desenvolvimento decorre necessariamente da interacção do sujeito com o grupo de pares, uma vez que ao interagir com os outros o jovem irá gradualmente definir-se enquanto pessoa. Assinalados todos estes motivos é compreensível que seja vital para um jovem sentir-se parte de um grupo visto beneficiar positivamente da acção dos pares no seu desenvolvimento psicossocial. A par disso, a existência de pressões incentivam a agregação dos jovens em grupos na medida em que a sociedade está mais receptiva à inserção de um sujeito afiliado a um grupo do que uma pessoa que se encontre à parte.
João Ribas
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