segunda-feira, 12 de março de 2012

Conflitos num grupo

Segundo Thomas (1976), um conflito trata-se de "um processo que tem início quando uma parte percebe que a outra frusta ou vai frustrar algo que deseja", isto é, os elementos constituintes do grupo entram em contradição porque têm pontos de vista diferentes acerca de algo em concreto. Acontece que este conflito, tal como acontecia na competição, possui dois pontos de vista: um mais tradicional que defende que o conflito apenas prejudica as relações e um ponto de vista mais actual que assume que o conflito é também fonte de progresso e desenvolvimento.

Num grupo poderão gerar-se vários tipos de conflito:
- Conflitos intra pessoais: por exemplo, quando estamos extremamente indecisos, estamos em conflito connosco próprios em relação a duas afirmações,em que uma não consegue ganhar peso sobre a outra.
- Conflitos interpessoais: ou ficam as duas pessoas satisfeitas, ou ficam as duas insatisfeitas ou um poderá ficar satisfeito e outro insatisfeito ao fazer-lhe a vontade.
- Conflitos organizacionais

E, face a estas situações conflituosas poderemos adoptar três tipos de atitudes:
- Negar/Evitar: Não chega a existir um conflito propriamente dito porque o evitamos, escapamos.
- Desactivar: Oferecemos a "vitória" ao outro na tentativa de desactivar o conflito.
- Confrontar: Ambas as pessoas entram numa disputa para ver qual dos dois sairá vitorioso.

Digamos que a dinâmica do conflito no local de trabalho poderá ser visto sob a forma de um Icebergue, o chamado "Icebergue Pessoas", segundo Cloke & Goldsmith (2000), no qual consta um lado visível, à superfície, que representa tudo aquilo que mostramos ser aos colegas que trabalham connosco, e um lado oculto, em profundidade, que esconde mil e uma questões que poderão ser o suficiente para despoletar um conflito:

Portanto, o melhor modo de resolver questões conflituosas em grupo será focalizar-nos em nós (é importante que compreendamos e reconheçamos cada bocadinho do nosso "Icebergue Pessoal"), ser curioso ao ponto de escutar empaticamente o outro, desenvolver a honestidade em relação a nós mesmos, e que nos permite também ser honestos em relação aos outros e aceitar novas perspectivas sem vergonhas, raiva ou criticismos.
Já agora, aproveitem para evitar todo o tipo de juízos predefinidos porque, partindo do pressuposto que não somos melhores do que ninguém e que ninguém é melhor do que nós, seremos com certeza mais capazes de nos encaixarmos enquanto grupo funcional.

Luís Rocha

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