domingo, 11 de março de 2012

Aculturação

Aculturação é um termo criado inicialmente por antropólogos norte-americanos para designar as mudanças que podem acontecer numa sociedade diante da sua fusão com elementos culturais externos, geralmente por meio de dominação política, militar e territorial. Porém, segundo o historiador francês Nathan Watchel, aculturação é todo fenómeno de interacção social que resulta do contacto entre duas culturas, e não somente da sobreposição de uma cultura a outra. Já Alfredo Bosi, em Dialéctica da colonização, afirma que esse fenómeno provém do contacto entre sociedades distintas e pode ocorrer em diferentes períodos históricos, dependendo apenas da existência do contacto entre culturas diversas, constituindo-se, assim, um processo de sujeição social. A maioria dos autores acredita que a aculturação é sempre um fenómeno de imposição cultural.
Trata-se de aculturação quando duas culturas distintas ou parecidas são absorvidas uma pela outra, formando uma nova cultura diferente. Além disso, aculturação pode ser também entendida como a absorção de uma cultura pela outra, onde essa nova cultura terá aspectos da cultura inicial e da cultura absorvida. Um exemplo é o Brasil que adquiriu traços da cultura de Portugal, da África, que juntamente com a cultura indígena formou-se a cultura brasileira.
Com a crescente globalização, um novo entendimento de aculturação vem se tornando um dos aspectos fundamentais na sociedade. Pela proximidade a grandes culturas e rapidez de comunicação entre os diferentes países do globo, alguns autores sustentam que cada cultura está a perder a sua identificação cultural e social, aderindo em parte a outras culturas. Um exemplo disso são elementos da cultura ocidental que são cada vez mais homogéneos em muitos países distintos. Mesmo assim a aculturação não tira totalmente a identidade social de um povo, crendo-se que talvez no futuro não exista mais uma diferença cultural tão acentuada como a aquela que hoje ainda se observa, em especial entre o Oriente e o Ocidente.



João Ribas

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