quarta-feira, 16 de maio de 2012

Sentimentos e emoções


No seu uso comum, o termo emoção tende a incluir a noção de sentimento. Apesar destes dois fenómenos se encontrarem tão intimamente ligados que se torna fácil confundi-los, é possível distingui-los e estudá-los separadamente para no final melhor compreender a sua ligação. A distinção entre emoção e sentimento acompanha de perto a distinção entre corpo e mente.
As emoções parecem preceder os sentimentos e constituir o seu alicerce. Comecemos por indagar o que são as emoções para em seguida abordar a questão do sentimento.
As emoções fazem parte de um sistema integrado de dispositivos inatos e automáticos que visam solucionar os problemas básicos da vida e assegurar o bem-estar do organismo. Contribuem assim para a regulação homeostática de um organismo cuja sobrevivência depende da manutenção de condições internas estáveis e da possibilidade de adaptação às variações do mundo exterior. Enquanto mecanismos biológicos de auto-regulação, as emoções têm uma dupla função. A primeira é a produção de uma reacção específica do organismo a uma situação indutora, isto é, a um estímulo emocionalmente competente presente no meio exterior. A segunda função é a regulação do estado interno do organismo, através de modificações do corpo (ritmo cardíaco, pressão sanguínea, etc) que visam preparar o organismo para a reacção acima referida.
Todas as reacções homeostáticas são acompanhadas por estados do corpo mapeados no cérebro sob a forma de padrões neurais que registam os ajustamentos que vão sendo feitos para assegurar o fluir da vida. As emoções distinguem-se de outros mecanismos de regulação automática pelo grau de complexidade das respostas emocionais, que se podem  dividir em primárias (alegria, tristeza, cólera, surpresa ou aversão), de fundo (bem-estar, mal-estar, calma, tensão) e sociais ou secundárias (vergonha, ciúme, culpa, orgulho).





Flávia Ferreira

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