terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O que é a personalidade?

A origem da expressão remete-nos para persona, máscara utilizada no teatro grego para representar as emoções dos actores. A Psicologia, dentro das diversas linhas de estudo, apropriou-se deste conceito associando-o a uma série de outros que também eram utilizados para definir as particularidades da individualidade tais como carácter, índole (feitio) e temperamento. A natureza da sua constituição ou estrutura, numa linguagem mais moderna, e a possibilidade de classificação em tipos tem sido a regra da maioria dos estudos sobre este tema.

Segundo Alport, um dos maiores estudiosos da personalidade humana, a personalidade pode ser definida como «a organização psicodinâmica dos sistemas psicofísicos do indivíduo que determinam o seu comportamento e pensamento característico».  Este conceito abrange o conhecimento de um conjunto de características psicofísicas humanas como: a consciência e perfil das actividades eléctricas do cérebro, o modo, a capacidade ou potencial de reacção a estímulos internos e externos, padrões de organização do sistema nervoso autónomo ou emotividade, padrões de actividade do sistema nervoso central e/ou inteligência, o perfil bioquímico da constelação hormonal do sujeito, identificando sobretudo variantes não enquadradas na nosologia psiquiátrica, discriminando, por exemplo, a interferência de alterações epilépticas do lobo temporal de impulsos homicidas de natureza voluntária circunstancial ou habitual.

A personalidade é um elemento relativamente estável na conduta da pessoa. É o que nos torna únicos, diferentes de todos. A personalidade diz respeito a características pessoais e que suportam uma coerência interna. Sempre que nos referimos à personalidade referimo-nos aos sentimentos, emoções, pensamentos, atitudes, comportamentos, motivações, tomadas de decisões, projectos de vida, etc. Ela permite que nos reconheçamos e que sejamos reconhecidos pelos outros, representa uma fidelidade, uma continuidade de formas de estar e de ser.

A personalidade é uma construção pessoal que decorre ao longo da nossa vida, e uma elaboração da nossa história, da forma que sentimos e interiorizamos as nossas experiências, acompanha e reflecte a maturação psicológica. Em suma, a personalidade é um processo activo e que intervém em diferentes factores.

Inês Sousa

Consciente vs Inconsciente

Para os psicanalistas, a mente humana pode ser dividida em duas partes: a consciente e a inconsciente, sendo que proporcionalmente o consciente ocupa uma parte insignificante.

Podemos vincular a mente consciente com nossa atenção, isto é, estamos conscientes quando estamos atentos ou focalizamos alguma coisa em especial. Na mente se instalam nossos pensamentos, porém, utilizamos menos de 5% do nosso potencial mental. O consciente tem a função de organizar, julgar, decidir, discernir, raciocinar, dividir, multiplicar, etc.

No inconsciente são gravadas nossas memórias, a qual chamamos de programas internos. O inconsciente possui uma linguagem própria, muitas vezes fala através de metáforas e não faz diferença entre o real e o imaginário. A base lógica para a instalação de uma nova memória é a união de uma forte emoção a um pensamento qualquer, útil ou não.

Sobre a capacidade surpreendente de nossa mente, já dizia Gautama Buda: “A mente precede todas as coisas, domina todas as coisas, cria todas as coisas.” 

Pedro Faria

A psicologia como ciência

Dizer que a psicologia é uma ciência significa que ela é regida pelas mesmas leis do método científico as quais regem as outras ciências: ela busca um conhecimento objetivo, baseado em fatos empíricos. Pelo seu objeto de estudo a psicologia desempenha o papel de elo entre as ciências sociais, como a sociologia e a antropologia, as ciências naturais, como a biologia, e áreas científicas mais recentes como as ciências cognitivas e as ciências da saúde. 

Comportamento é a atividade observável (de forma interna ou externa) dos organismos na sua busca de adaptação ao meio em que vivem.  Dizer que o indivíduo é a unidade básica de estudo da psicologia significa dizer que, mesmo ao estudar grupos, o indivíduo permanece o centro de atenção - ao contrário, por exemplo, da sociologia, que estuda a sociedade como um conjunto.

Os processos mentais são a maneira como a mente humana funciona - pensar, planejar, tirar conclusões, fantasiar e sonhar. O comportamento humano não pode ser compreendido sem que se compreendam esses processos mentais, já que eles são a sua base.

Pedro Faria

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A genética: definição e caracterização




Podemos caracterizar sumariamente a genética como a parte da biologia que estuda a hereditariedade e suas variações.Atualmente, entretanto, esta caracterização é insuficiente para abranger toda a variabilidade de interesse econhecimento gerado por esta área da  ciência. A genética não se restringe apenas à compreensão da transmissãobiológica de características hereditárias dos pais (ascendentes) aos filhos (descendentes) ou à variabilidade de traços físicos (fenótipos) que podem ocorrer de uma geração para a seguinte (Strickberger, 1990).
Levine (1987), já observava que o alto nível tecnológico da genética permitiria a busca de conhecimentos mais específicos, tais como:

1) A identificação do material hereditário e a natureza de suas propriedades bioquímicas e estruturais dos
cromossomos
2) O estudo da organização dos genes no interior dos cromossomos e sua transmissão através de reprodução (sexuada e assexuada).
3) A identificação e o seqüenciamento dos genes humanos (genoma).
4) A análise das interações entre os genes e seus respectivos efeitos ao organismo.
5) A análise do papel desempenhado pelo ambiente externo na produção e expressão de características
genotípicas dos indivíduos.
6) O estudo dos diferentes tipos de diversidade genética de indivíduos e populações humanas.

Como recurso de análise útil, a genética pode ser dividida em áreas específicas, de acordo com objetivos a serem atingidos, ou, conhecimento a ser gerado. Uma destas áreas, denominada genética médica, é a especialidade da genética humana que estuda as relações que se estabelecem entre genes e doenças, com objetivos de proporcionar serviços eficientes de prevenção, diagnóstico (a partir de indícios externos, histórico familiar, análise de cariótipos, testes de DNA e exames bioquímicos),  prognóstico e tratamento  de condições patológicas relacionadas às diferentes modalidades de herança genética

Ana João

A psicologia tem um longo passado mas uma curta história

Com essa frase descreveu Herrmann Ebbinghaus, um dos primeiros psicólogos experimentais, a situação da psicologia - tanto em 1908, quando ele a escreveu, como hoje: desde a Antiguidade pensadores, filósofos e teólogos de várias regiões e culturas dedicaram-se a questões relativas à natureza humana - a percepção, a consciência, a loucura. Apesar de teorias "psicológicas" fazerem parte de muitas tradições orientais, a psicologia enquanto ciência tem suas primeiras raízes nos filósofos gregos, mas só se separou da filosofia no final do século XIX. O primeiro laboratório psicológico foi fundado pelo fisiólogo alemão Wilhelm Wundt em 1879 em Leipzig, na Alemanha. Seu interesse se havia transferido do funcionamento do corpo humano para os processos mais elementares de percepção e a velocidade dos processos mentais mais simples. O seu laboratório formou a primeira geração de psicólogos.
Tem-se afirmado que a Psicologia tem um longo passado, pois em certos domínios remonta ao classicismo grego, e uma curta história, pois a Psicologia Científica surgiu apenas nos finais do século passado na Alemanha.Historicamente a Psicologia esteve e estará sempre ligada à Filosofia, pois ocupa-se das preocupações universais do homem e da ciência, e às ciências da natureza, tais como a Biologia e a Fisiologia que serviram de modelos de investigação ao nível da observação e experimentação.
Em conclusão a Psicologia é uma ciência com um longo passado, mas com uma curta história porque já se desenvolveram estudos há muitos anos no âmbito da Psicologia mas só recentemente é que a Psicologia foi reconhecida como ciência.
                                                                                                                                     André Pinto

domingo, 11 de dezembro de 2011

Agentes responsáveis pela transmissão hereditária

Muitas das nossas características, quer em termos da nossa constituição física, quer em termos do nosso comportamento, são transmitidas por hereditariedade, que é o processo através do qual a informação genética é transmitida de pais para filhos.
Aquando da reprodução existe a união de um gâmeta feminino, o óvulo, e de um gâmeta masculino, o espermatozóide, formando o ovo ou zigoto. Esta é a primeira célula do novo indivíduo, pelo que se vai multiplicar através de divisões mitóticas.

  • Cromossomas e herança genética
O núcleo das células que nos constituem contém, no momento da divisão celular, um número definido de longos filamentos enrolados, os cromossomas, que são constituídos por ADN e proteínas. São as estruturas mais importantes na célula durante a divisão celular, uma vez que são responsáveis pela transmissão hereditária de geração em geração. O número e a forma dos cromossomas são característicos de cada espécie, sendo designado por cariótipo.
A espécie humana tem 23 pares de cromossomas, 22 dos quais são comuns aos dois sexos. O par 23 – cromossoma sexual – é distinto, sendo que na mulher é constituído por dois cromossomas X e no homem por um X e outro Y.

  • ADN – Componentes e estrutura
O ADN, Ácido Desoxirribonucleico, é uma molécula biológica universal presente em todas as células vivas. O nucleótido constitui a sua unidade básica. Este, por sua vez, é constituído por uma pentose, um grupo fosfato e uma base azotada (adenina (A) com timina (T) e guanina (G) com citosina (C)), que se associam de uma forma específica, formando uma cadeia dupla enrolada em hélice.
Um dos maiores desafios da ciência contemporânea consiste na análise da estrutura do ADN humano com o objectivo de se constituir um mapa com a posição dos cromossomas que constituem os genes humanos, isto é, o genoma humano.




  • Genes
O gene é um segmento de um cromossoma a que corresponde um código distinto, uma informação para produzir uma determinada proteína ou controlar uma característica. Um cromossoma contém vários genes que são responsáveis por todas as características físicas do indivíduo, sendo que, o que nos distingue uns dos outros é a grande complexidade de associações entre os genes.
Os cromossomas com forma e estruturas idênticas, são designados por cromossomas homólogos. Em cada par existem genes com informação para o mesmo carácter – genes alelos. Quando estes alelos têm a mesma informação o ser diz-se homozigótico, no entanto, se a informação é contraditória, recebe a designação de heterozigótico.
Diz-se que um gene é dominante quando produz efeito, ainda que esteja presente num só alelo; diz-se que é recessivo quando só produz efeito se presente nos dois alelos.
Genótipo - constituição genética de um indivíduo para um determinado carácter, indicada por um par se símbolo (A a).
Fenótipo – modo como o genótipo se vai manifestar (olhos azuis ou castanhos).

Existem outro tipo de genes, os genes de desenvolvimento, que planificam o processo de construção do organismo, definindo as dimensões e as formas dos diferentes órgãos. Estes genes, também denominados genes arquitectos, têm uma função reguladora ao articularem os aspectos evolutivos, genéticos e de desenvolvimento.

  • Meiose
A meiose ocorre somente nas células da linha. Resulta na formação de gâmetas, cada uma das quais tem apenas 23 cromossomas. Destes 23 pares, 22 são idênticos em ambos os sexos, sendo que o par 23 é diferente: na mulher é constituído por 2 cromossomas X, no homem esse par é formado por um cromossoma X e outro Y.
Durante a meiose ocorrem duas divisões sucessivas do núcleo, designadas por divisão I e II. É durante a divisão I que se dá a redução do número de cromossomas. A separação ocasional dos cromossomas contribui para o número da variabilidade genética. De recordar que o encontro ocasional dos gâmetas, aquando da fecundação, reforça a diversidade genética resultante da meiose.

  Daniel Leite

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Piaget

O trabalho de Piaget (1896- 1980) centrou-se no desenvolvimento da inteligência infantil, procurando perceber o modo de construção do conhecimento humano dando origem à Epistemologia genética um dos ramos da psicologia actual.
Analisando os erros cometidos pelos alunos do ensino primário na realização de testes verificou que estes eram semelhantes, obrigando-o a explicar o pensamento das crianças com qualidades diferentes do pensamento do adulto.
 Como é que o conhecimento humano é ampliado?
A sua resposta era, “o conhecimento é uma construção progressiva de estruturas lógicas que vão sendo suplantadas por outras estruturas lógicas mais complexas e mais poderosas até à idade adulta.” Assim a lógica infantil e os seus modos de pensar são inteiramente diferentes dos adultos.
Existindo quatro estados de desenvolvimento intelectual com características qualitativas diferentes:
  • Sensório-motor
  • pré-operatório
  • operações concretas
  • operações formais
Assim sendo o ser humano deixa de ser considerado como um ser passivo passando a moldar o mundo em que vive. O conhecimento não é inato mas resulta da interacção do organismo com o meio.
Sérgio Freitas