terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Percepção

   Em psicologia, neuro ciência e ciências cognitivas, a percepção é a função cerebral  que atribui significado a estímulos sensoriais, a partir de histórico de vivências  passadas. Através da percepção um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio. Consiste na aquisição, interpretação, selecção e organização das informações obtidas pelos sentidos.
  Do ponto de vista psicológico ou cognitivo, a percepção envolve também os processos mentais, a memória e outros aspectos que podem influenciar na interpretação dos dados percebidos. Na psicologia, o estudo da percepção é de extrema importância porque o comportamento das pessoas é baseado na interpretação que fazem da realidade e não na realidade em si. Por este motivo, a percepção do mundo é diferente para cada um de nós, cada pessoa percebe um objecto ou uma situação de acordo com os aspectos que têm especial importância para si própria. Muitos psicólogos cognitivos e filósofos de diversas escolas, sustentam a tese de que, ao transitar pelo mundo, as pessoas criam um modelo mental de como o mundo funciona (paradigma). Ou seja, elas sentem o mundo real, mas o mapa sensorial que isso provoca na mente é provisório, da mesma forma que uma hipótese científica é provisória até ser comprovada ou refutada ou novas informações serem acrescentadas ao modelo. À medida que adquirimos novas informações, nossa percepção se altera. Diversos experimentos com percepção visual demonstram que é possível notar a mudança na percepção ao adquirir novas informações. As ilusões de óptica e alguns jogos, como o dos sete erros se baseiam nesse fato. Algumas imagens ambíguas são exemplares ao permitir ver objectos diferentes de acordo com a interpretação que se faz. Em uma "imagem mutável", não é o estímulo visual que muda, mas apenas a interpretação que se faz desse estímulo.

Factores que influenciam a percepção
  O processo de percepção tem início com a atenção que não é mais do que um processo de observação selectiva, ou seja, das observações por nós efectuadas. Este processo faz com que nós percebamos alguns elementos em desfavor de outros. Deste modo, são vários os factores que influenciam a atenção e que se encontram agrupados em duas categorias: a dos factores externos (próprios do meio ambiente) e a dos factores internos (próprios do nosso organismo).

Factores externos
Os factores externos mais importantes da atenção são:
- a intensidade (pois a nossa atenção é particularmente despertada por estímulos que se apresentam com grande intensidade);
-O contraste (a atenção será muito mais despertada quanto mais contraste existir entre os estímulos);
-O movimento que constitui um elemento principal no despertar da atenção;
-E a incongruência, ou seja, prestamos muito mais atenção às coisas absurdas e bizarras do que ao que é normal.

Factores internos
Os factores internos que mais influenciam a atenção são:
-A motivação (prestamos muito mais atenção a tudo que nos motiva e nos dá prazer do que às coisas que não nos interessam);
- a experiência anterior ou, por outras palavras, a força do hábito faz com que prestemos mais atenção ao que já conhecemos e entendemos;
-e o fenómeno social que explica que a nossa natureza social faz com que pessoas de contextos sociais diferentes não prestem igual atenção aos mesmos objectos.

 Luís Rocha

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Os Hemisférios Cerebrais

Os hemisférios estão separados por uma fissura longitudinal e ligados por um sistema de fibras nervosas chamado corpo caloso. O córtex cerebral é a camada cinzenta que cobre os dois hemisférios, residindo aí as capacidades superiores dos seres humanos.


Os hemisférios cerebrais controlam a parte oposta do corpo, porque os feixes nervosos que conduzem as instruções até aos músculos cruzam-se no percurso.  A Lateralização Hemisférica é a especialização de cada um dos hemisférios do cérebro humano em funções diversas. O hemisfério direito controla a formação de imagens, as relações espaciais e o pensamento concreto, já o hemisfério esquerdo é o responsável pelo pensamento lógico, pela linguagem verbal, pelo discurso e pelo cálculo.

Apesar de os hemisférios terem diferentes funções, o seu funcionamento é complementar. É graças ao funcionamento integrado que, por exemplo, atribuímos significado a uma expressão verbal, a um diálogo.



Ana João

Os efeitos do acidente de Chernobil

O acidente nuclear de Chernobil ocorreu dia 26 de abril de 1986, na Fábrica Nuclear de Chernobil (originalmente chamada Vladimir Lenin) na Ucrânia (então parte da União Soviética). É considerado o pior acidente nuclear da história da energia nuclear, produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido, com a liberação de 400 vezes mais contaminação que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima. Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas, resultando na evacuação e reassentamento de aproximadamente 200 mil pessoas. A radiação em altas doses tem efeitos graves sobre o corpo humano, tanto no curto quanto no médio prazo. A contaminação causada por uma bomba atómica, por exemplo, pode levar à destruição total das células e, consequentemente, à morte rápida. A exposição a elevados níveis de radiação também pode levar ao impedimento da divisão celular, a danos permanentes às células e a modificações na estrutura genética das células reprodutoras (espermatozóides e óvulos)
Na prática, isso significa que pessoas expostas à radiação podem desenvolver diversos tipos de cancro, como a leucemia - caracterizada pela reprodução descontrolada dos glóbulos brancos no sangue. Vítimas da radiação também podem ter filhos com sérios problemas congénitos. Ausência ou deformação de membros e atraso mental estão entre os mais comuns.

Pedro Faria

Ilusionismo

Ilusionismo (também chamado magia ou prestidigitação) é a arte cénica de entreter e sugestionar uma audiência criando ilusões que confundem e surpreendem, geralmente por darem a impressão de que algo impossível aconteceu, como se o executante tivesse poderes sobrenaturais. No entanto, esta ilusão da magia é criada totalmente por meios naturais. Os praticantes desta actividade designam-se mágicos ou ilusionistas. A arte da prestidigitação é baseada fundamentalmente na presteza dos dedos do mágico em manipular os equipamentos e acessórios usados nos truques. As ilusões mais conhecidas envolvem aparecimentos, transformações, uniões, leitura da mente, desafios às leis físicas e lógicas, e tudo o que desafia a explicação racional.

Pedro Faria

As adaptações ao meio

As adaptações que os diversos organismos vivos possuem são um aspecto central no estudo da biologia. Todas as características que adequam os seus possuidores a algo, geralmente, são ditas adaptativas e permitem que os seres vivos desenvolvam uma certa harmonia com o ambiente, ajustando-se, assim, para a sua sobrevivência em um determinado local. Uma adaptação é qualquer característica ou comportamento natural evoluído que torna algum organismo capacitado a sobreviver e a se reproduzir em seu respectivo habitat. Como regra geral, essas adaptações são resultados do processo de selecção natural ao longo de várias gerações seguidas de mudanças, devido a diferentes níveis de aptidão (ou valores adaptativos) conferidos por variações genotípicas aleatórias em algum caractere, sendo tais variações herdáveis. Desse modo, a selecção natural irá agir favorecendo o indivíduo que apresente maior aptidão.

Pedro Faria

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O Cérebro Humano

O cérebro humano é particularmente complexo e extenso. Este é imóvel e representa apenas 2% da massa do corpo, mas, apesar disso, recebe aproximadamente 25% de todo o sangue que é bombeado pelo coração. Divide-se em dois hemisférios: esquerdo e o direito.

Hemisférios cerebrais: O hemisfério dominante em 98% dos humanos é o hemisfério esquerdo, é responsável pelo pensamento lógico e competência comunicativa., enquanto o hemisfério direito, é responsável pelo pensamento simbólico e criatividade, embora pesquisas recentes estejam contradizendo isso, comprovando que  existem partes do hemisfério esquerdo destinados a criatividade e vice-versa.

Córtex cerebral: No cérebro há uma distinção visível entre a chamada massa cinzenta e a massa branca, constituída pelas fibras (axónios) que entreligam os neurónios. A substância cinzenta do cerebro, o córtex cerebral, é constituído corpos celulares de dois tipos de células: as células de Glia - também chamadas de
neuroglias e os neurónios.




Lobos cerebrais:

Lobo Frontal que inclui o córtex motor e pré-motor, está envolvido no planeamento de ações e movimentos, assim como no pensamento abstrato.

Lobos Occipitais esta área é também designada por córtex visual, porque processa os estímulos visuais, é constituida por várias sub áreas que processam os dados visuais recebidos do exterior depois de terem passado pelo tálamo: há zonas especializadas em processar a visão da cor, do movimento, da  profundidade, da distância, etc.

Lobos Temporais estão localizados na zona por cima das ouvidos tendo como principal função processar os estímulos auditivos.

Lobos Parietais são constituídos por duas subdivisões, a anterior e a posterior. A zona anterior  tem por função possibilitar a recepção de  sensações, como o tato, a dor, a temperatura do corpo. A área posterior dos lobos parietais é uma área secundária que analisa, interpreta e integra as informações recebidas pela área anterior ou primária, permitindo-nos a localização do nosso corpo no espaço, o reconhecimento dos objetos através do tacto, etc.
André Pinto

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Doenças genéticas

A genética é um ramo do conhecimento em rápido desenvolvimento, que oferece uma perspectiva da transmissão e do papel dos genes no funcionamento do organismo e da sua importância para os fenómenos patológicos. Relaciona-se de um modo fundamental com todos os aspectos do desenvolvimento humano e da saúde, tendo os seus avanços recentes um impacto crescente na medicina. O conhecimento da genética e suas metodologias é hoje em dia essencial para a compreensão do funcionamento do organismo e das suas doenças, bem como de um leque de métodos de diagnóstico e de terapêuticas em rápida expansão. Conhecer e compreender os nossos genes é uma etapa primordial para o tratamento de doenças que, primariamente e mesmo secundariamente, sejam decorrentes de alterações genéticas.
As doenças puramente genéticas (de origem hereditária) além de serem mais numerosas do que se pensava são mais raras do que as enfermidades de origem infecciosa, degenerativas (não determinadas geneticamente mas responsáveis pela predisposição ou não do individuo a estas) e alguns tipos de cancro (todos os cancros têm uma componente genética pois derivam de mutações no DNA das células mas na maior parte das vezes dependem em grande parte da influência de factores externos para se manifestarem).
  As doenças genéticas estão tradicionalmente associadas a “sindromas”, “trissomias” ou “monossomias”, no entanto estes termos não se devem generalizar já que este tipo de patologia pode ter origens diversas, desde uma mutação genica (alteração de uma parte de um cromossoma), à ausência de um dos pares (monossomia = 1) ou a existência de um cromossoma a mais (trissomia = 3).

Em Conclusão: uma doença genética é todo e qualquer distúrbio que afecte o material genético. Algumas características genéticas dependem não só dos genes, mas também de ambiente favorável para manifestar-se. Assim, de um modo geral, as doenças genéticas são causadas por erros inatos do metabolismo, são individualmente raras, porém, quando se consideram os 500 tipos dessas doenças em conjunto, a incidência delas é de uma para cada 2.500 recém-nascidos. Os erros inatos do metabolismo ocorrem por falta de actividade adequada de uma determinada enzima e comprometem o funcionamento do corpo, prejudicando seriamente a saúde. Óbito, retardamento mental, insuficiência renal e convulsão são algumas das consequências mais frequentes nas doenças genéticas, devido à carência de diagnóstico precoce, na maioria dos casos .
Mafalda Liz

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Um corpo, duas almas

Abigail e Brittany Hensel

Os gémeos siameses são produto da fecundação de apenas um óvulo e um espermatozóide, assim como os gémeos idênticos. A diferença é que há uma separação tardia das células do zigoto, então, formam-se dois fetos, mas unidos.
No entanto é importante entender que que são duas crianças e não uma criança com duas cabeças.


É o exemplo das gémeas Abigail e Brittany Hensel, nos Estados Unidos. As gémeas são dicéfalas e já têm 18 anos de idade. As duas gémeas vivem normalmente. Possuem duas personalidades diferentes e cada cérebro comando metade do próprio corpo. As duas espinhas se cruzam na pélvis, possuem dois braços e duas pernas e três pulmões. Apesar disso ambas tiveram de tirar a carta de condução com sucesso. Elas conseguem conduzir normalmente. Abby controla os pedais e a transmissão de rádio, calor, enquanto Brittany controla o sinal e luzes.


Emanuel e Jesus







Também recentemente no Brasil, dois gémeos siameses (Jesus e Emanuel) nasceram na pequena localidade de Anajás, no estado do Pará, com duas cabeças e duas colunas, mas partilham coração, pulmões, fígado e bexiga. Neste caso os médicos afirmam que a separação dos corpos é praticamente impossível, o que torna a situação ético-legal muito complicada. "Se tivermos de retirar uma das cabeças, o único procedimento possível, e os dois cérebros estiverem a funcionar, como vamos escolher qual deles retiramos?".

A cirurgia para separação é impossível já que em ambos os casos eles dividem órgãos vitais.


Flávia Ferreira

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Hereditariedade e o meio

Quase todos os psicólogos concordam em que a hereditariedade e o meio são importantes na determinação do nível de inteligência de cada indivíduo. As discordâncias surgem quanto ao peso relativo de cada um dos factores. No entanto, actualmente os psicólogos tendem a interessar-se mais pelo modo como os dois factores interagem do que pela questão de qual é mais importante. Mais importante do que a competição entre o inato e o adquirido é a sua interacção.


Quando se coloca o problema do peso relativo da influência do património genético e do meio na determinação da inteligência, a questão é traduzível nos seguintes termos: herdamos essencialmente dos nossos progenitores o nosso nível intelectual ou é este determinado pelos factores ambientais e educativos?


Concluindo que o grau de estimulação fornecido pelo meio em interacção com o potencial genético influencia, tanto quanto podemos saber, a capacidade a que de modo pouco definido chamamos inteligência. Esta desenvolve-se, não é rigidamente fixada pela hereditariedade.

Sérgio Freitas

domingo, 22 de janeiro de 2012

Profissão de risco



História verídica baseada na vida de George Jung, condenado a 60 anos de prisão e ainda com mais 15 anos pela frente, "Profissão de Risco" segue a turbulenta jornada de um jovem no perigoso mundo do tráfico de drogas, durante o crescimento da cultura "sexo, drogas e rock'n roll" nos Estados Unidos dos anos 70.
Ambicioso, George Jung (Johnny Depp) nunca gostou da idéia de tornar-se um construtor como seu pai (Ray Liotta) e passar o resto da vida em Boston. Assim, deixou cedo a casa dos pais para tentar a sorte no sul da Califórnia.

Nas praias ensolaradas e lotadas de gente à procura de diversão, Jung percebe a facilidade de vender maconha e vê uma óptima oportunidade de ganhar dinheiro para manter-se. Barbara, sua namorada, o apresenta a Derek Foreal (Paul Reubens), um fornecedor local. George torna-se traficante conhecido na região. É então que um amigo de outro estado lhe faz uma óptima proposta para distribuir a erva em outras partes do país. Jung busca fornecedores maiores, e estabelece uma boa conexão no México. Logo todos estão ganhando mais dinheiro do que previam.

George está feliz e satisfeito quando, finalmente, é apanhado com 300 quilos da droga e condenado a cinco anos de prisão. Ele está disposto a cumprir sua pena, mas descobre que Barbara está com uma doença grave, e decide fugir para o México para cuidar da namorada. Ao retornar aos Estados Unidos, Jung é preso.
Na prisão, George conhece Diego Delgado (Jordi Molla), colombiano ligado ás drogas, que o apresenta a Pablo Escobar (Cliff Curtis), o chefão bilionário do tráfico internacional. Quando sai da prisão, Jung firma com Escobar uma parceria para distribuir 85% da cocaína consumida nos Estados Unidos e facturar um milhão de dólares por semana.

A cocaína explode como uma bomba no país. Durante aquele período, todo o mundo passou a usar a droga, de músicos e actores a empresários e políticos. Logo George e Diego estão tão ricos que não têm mais lugar para guardar tanto dinheiro.

No círculo das grandes festas, Jung conhece Mirtha (Penelope Cruz), uma mulher tão bela quanto determinada, com quem casa-se e tem uma filha. Mais uma vez, George está vivendo a vida de seus sonhos quando sua sorte muda. Derek e Diego o traem.

Vendo aproximar-se o fim de sua carreira no tráfico, Jung decide abandonar o negócio e dedicar-se apenas a sua filha. Mas, sair do tráfico é bem mais difícil do que entrar. George começa a enfrentar obstáculos muito maiores do que imaginava. Os amigos, a família e os parceiros desaparecem. Sua vida torna-se um pesadelo.


Ana João

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Genética Mendeliana

Gregor Johann Mendel nasceu a 20 de Julho de 1822, na Silésia, sendo baptizado a 22 de julho de 1822, o que gera confusão em relação ao dia de seu nascimento. A genética mendeliana, herança mendeliana ou Mendelismo é um conjunto de princípios relacionados à transmissão hereditária das características de um organismo a seus filhos. Consiste na base principal da genética clássica. Originou-se dos trabalhos de Mendel publicados em 1865 e 1866, os quais foram considerados controversos inicialmente, e redescobertos em 1900. Somente quando incorporada à teoria do cromossoma de Thomas  Hunt Morgan em 1915 foi que a Genética mendeliana se tornou a essência da genética clássica.

Vamos chamar de linhagem os descendentes de um ancestral comum. Mendel observou que as diferentes linhagens, para os diferentes caracteres escolhidos, eram sempre puras, isto é, não apresentavam variações ao longo das gerações. Por exemplo, a linhagem que apresentava sementes da cor amarela produziam descendentes que apresentavam exclusivamente a semente amarela. O mesmo caso ocorre com as ervilhas com sementes verdes. Essas duas linhagens eram, assim, linhagens puras. Mendel resolveu então estudar esse caso em especifico.
A flor de ervilha é uma flor típica da família das Leguminosae. Apresenta cinco pétalas, duas das quais estão opostas formando a carena, em cujo interior ficam os órgãos reprodutores masculinos e femininos. Por isso, nessa família, a norma é haver autofecundação; ou seja, o grão de pólen da antera de uma flor cair no pistilo da própria flor, não ocorrendo fecundação cruzada. Logo para cruzar uma linhagem com a outra era necessário evitar a autofecundação.
Mendel escolheu alguns pés de ervilha de semente amarela e outros de semente verde, e masculou as flores ainda jovens, ainda não-maduras. Para isso, retirou das flores as anteras imaturas, tornando-as, desse modo, completamente femininas. Depois de algum tempo, quando as flores se desenvolveram e estavam maduras, polinizou as flores de ervilha amarela com o pólen das flores de ervilha verde, e vice-versa. Essas plantas constituem portanto as linhagens parentais. Os descendentes desses cruzamentos constituem a primeira geração em estudo designada por geração F¹, assim como as seguintes são designadas por F², F³, etc.

Embora as conclusões de Mendel se tenham baseado em trabalhos com uma única espécie de planta, os princípios enunciados nas duas leis aplicam-se a todos os organismos de reprodução sexuada. Pode-se tomar como exemplo um caso de herança animal.
Cobaias pretas homozigóticas cruzadas com cobaias brancas homozigóticas originarão descendentes pretos heterozigóticos, que cruzados entre si, originarão cobaias pretas e brancas na proporção 3:1. Mendel criou a base da genética moderna. Embora seus estudos tenham permanecido obscuros até o século XX eles influenciaram a biologia como um todo dando origem a todos os estudos posteriores sobre hereditariedade e genética.

Luís Marques
A complexidade do ser humano e o seu inacabamento biológico
O ser humano caracteriza-se por uma grande complexidade fruto de um longo processo evolutivo. A sua estrutura complexa permite-lhe a adaptação e usufruto do meio.
Filogénese - é o conjunto de processos de evolução dos seres vivos, desde os mais elementares aos mais complexos. É, também, o conjunto dos processos biológicos de transformação que explicam o aparecimento das espécies e a sua diferenciação. Concluindo, a filogénese reporta-se à história evolutiva de uma espécie.
A Ontogénese – desenvolvimento do indivíduo - designa o desenvolvimento de um indivíduo desde a fecundação até à sua idade adulta: inicia-se com a embriogénese e prolonga-se no desenvolvimento pós natal até à idade adulta.
Lei da recapitulação - O desenvolvimento do embrião exprime, recapitula etapas do desenvolvimento que correspondiam a estádios de evolução da história filogenética das espécies. Esta teoria afirmava que o desenvolvimento dos indivíduos estava apenas dependentes de factores biológicos, facto que veio a ser derrubado por uma teoria que afirmava que o desenvolvimento dos indivíduos estava depende da interacção entre factores genéticos e factores inerentes ao meio de desenvolvimento. São as transformações ontogénicas que possibilitam a adaptação do indivíduo ao meio. Por isso, é possível afirmar que a ontogénese (evolução de um indivíduo) determina a filogénese (evolução da espécie).
Programa Genético - Os programas genéticos fechados prevêem, de forma determinada, processos evolutivos e comportamentos característicos de uma dada espécie. Nos mamíferos, o carácter determinista e rígido do programa genético não se faz sentir desta maneira. O que distingue o ser humano de muitos outros seres é o facto de as suas acções não serem definidas por um programa fechado. Os nossos sistemas biológicos estão predeterminados, em grande parte, nos seus processos de desenvolvimento e funcionamento. Há uma grande diferença entre os seres vivos “totalmente” programados e outros que são parcialmente programados. No ser humano essa programação é menos significativa, por comparação a outros animais – programa genético aberto. A ausência de algumas hiperespecializações, como as garras e o olfacto apurado, constituem uma vantagem, na medida em que o seu inacabamento, permite-lhe adaptar-se às mudanças e a situações imprevistas.
Prematuridade e neotenia
Tal como referi anteriormente, o Homem é um ser biologicamente inacabado. O seu organismo leva muito mais tempo a atingir o pleno desenvolvimento do que as outras espécies. O ser humano é um ser prematuro, já que, como as suas capacidades não se encontram desenvolvidas, nasce inacabado.Esta prematuridade explica por que razão a infância e adolescência humanas são tão longas: é o período de acabamento do processo de desenvolvimento que decorreu na vida intra-uterina. O prolongamento destes períodos biológicos – juvenilização – é uma condição essencial para a sobrevivência e adaptação da espécie.Um exemplo real que realça as vantagens do inacabamento biológico do ser humano é o facto do desenvolvimento do cérebro – cerebralização – se processar de uma forma lenta – lentificação, conferindo-lhe maior flexibilidade/plasticidade. Assim, este retardamento ontogénico é favorável à aptidão para aprender, ao desenvolvimento intelectual e cerebral, à impregnação e, portanto, à transmissão cultural. Assim surge o termo neotenia: é um atraso no desenvolvimento a nível físico, que faz com que o indivíduo se desenvolva mais devagar e esteja dependente de adultos para o orientar. Um reflexo da neotenia é o facto de o adulto possuir ainda traços característicos da infância e da adolescência

Vantagens do inacabamento Humano
         - Permite desenvolver as capacidades de adaptação do ser humano;
         - O prolongamento da infância protege o homem e facilita a aprendizagem;
         - O aprendido passa a ter um lugar decisivo na constituição do ser humano;
         - Ocorre uma regressão dos instintos, evidenciando a importância da cultura.


João Ribas

Clonagem

O termo clone foi criado em 1903 pelo botânico Herbert J. Webber enquanto pesquisava plantas no Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Segundo Webber, o termo vem da palavra grega Klón, que significa, broto vegetal. É basicamente um conjunto de células, moléculas ou organismos descendentes de uma célula e que são geneticamente idênticas à célula original. Desta forma, a clonagem é um processo de reprodução assexuada (é um método próprio dos organismos constituídos por uma única ou por um escasso número de células, por via de regra absolutamente dependentes do meio onde vivem e muito vulneráveis às suas modificações), onde são obtidos indivíduos geneticamente iguais (microorganismo, vegetal ou animal) a partir de uma célula-mãe. É um mecanismo comum de propagação de espécies de plantas, bactérias e protozoários. Em humanos, os clones naturais são gémeos univitelinos, seres que compartilham do mesmo DNA, ou seja, do mesmo material genético originado pela divisão do óvulo fertilizado.
Clonagem reprodutiva -Uma das técnicas básicas usadas por cientistas é a transferência nuclear da célula somática (SCNT ou TNCS). Esta técnica foi usada por cientistas durante muitos anos, para clonar animais através de células embrionárias. Como o nome da técnica implica, a transferência de uma célula somática está envolvida neste processo. Esta célula somática é introduzida, então, numa célula retirada de um animal (ou humano), logo depois da ovulação. Antes de introduzir a célula somática, o cientista deve remover os cromossomos, que contêm genes e funcionam para continuar a informação hereditária, da célula recipiente. Após ter introduzido a célula somática, as duas células fundem. Ocasionalmente, a célula fundida começará a tornar-se como um embrião normal, produzindo a prole, colocando-se no útero de uma "mãe de aluguer" para um desenvolvimento mais propício. Os problemas associados com a técnica de SCNT são o stress em ambas as células envolvidas no processo. Isto resulta numa taxa elevada de mortalidade de ovos recipientes. Além disso, o processo inteiro é um consumo de tempo e de recursos, porque as partes deste requerem o trabalho manual sob microscópio. Similar a outras técnicas, esta é também ineficiente pois, apenas aproximadamente 2,5% dos embriões sobrevivem dado logo após o nascimento.
Clonagem terapêutica - A Clonagem Terapêutica é um procedimento cujos estágios iniciais são idênticos à clonagem para fins reprodutivos mas que difere no fato da blástula (segundo estado de desenvolvimento do embrião) não ser introduzida no útero: esta é utilizada em laboratório para a produção de células estaminais a fim de produzir tecidos ou órgãos para transplante. Esta técnica tem como objectivo produzir uma cópia saudável do tecido ou do órgão de uma pessoa doente para transplante. As Células embrionária/células-tronco embrionárias são particularmente importantes porque são multifuncionais, isto é, podem ser usadas em diferentes tipos de células. Podem ser utilizadas no intuito de restaurar a função de um órgão ou tecido, transplantando novas células para substituir as células perdidas pela doença, ou substituir células que não funcionam adequadamente devido a defeito gene/genético (Ex: neurónio/doenças neurológicas, diabetes, coração/problemas cardíacos, acidente vascular cerebral, lesões da coluna cervical e sangue/doenças sanguíneas etc…). As Células embrionárias/células-tronco adultas não possuem essa capacidade de transformarem-se em qualquer tecido. As células músculo/musculares vão originar células musculares, as células do fígado vão originar células do fígado, e assim por diante.


João Ribas

A evolução do Homem

Australopitecos

Os fósseis mais antigos aparentados com o homem são originários do Pleistoceno inferior e são chamados de Australopitecídeos. O primeiro crânio foi descoberto em 1925 na África Meridional. Tal crânio pertencia a uma criança com 6 anos de idade, com volume craniano pequeno, maxilares robustos e acentuado prognatismo.
Posteriormente, ainda na África, descobriram-se inúmeros restos de esqueletos, de sorte que atualmente dispõem de uma centena de indivíduos, todos pertencentes aos Australepiticídeos.O Seu estudo revela uma mistura de caracteres simiescos e humanos. Entre os primeiros salientam-se frente Saiva a volume craniano máximo de 700 centímetros cúbicos. Dos caracteres humanes evidenciamos a existência de uma bacia e de uma articulação craniana, capazes de assegurar uma postura vertical quase perfeita. As diferenças entre as amostras mostram a existência de dois géneros distintos: Australopitecos e Paranthropus. O Paranthropus, mais primitivo, desprovido de fronte, apresentava uma crista sagital, forte proeminência da arcada supra-orbital e, molares maciços, indicando um regime vegetariano. O Australopithecus era mais evoluído: o crânio apresentava 650 centímetros cúbicos, com arcada supra-orbital pouco acentuada e dentição indicando um regime omnívoro. As ossadas a as conchas encontradas junto às amostras demostram que os Australopitecos caçavam, pescavam, comendo carne e mariscos. O Paranthropus só viveu até a metade do Pleistoceno, ao passo que o Australopithecus, melhor adaptado, prosseguiu sua evolução originando o homo sapiens:

Homo Habilis

Em 1960 Louis Leakey encontrou, na África, cerca de seis fósseis e os chamou de Homo habilis. A reconstrução do Home habilis sugere uma criatura com 1,25m de altura, dentes - Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas aos maxilares superior e inferior, cuja actividade principal é a mastigação. Os conhecimentos biológicos são formados desde a pré-história, através de fundamentos empíricos. Dentes pequenos e pés semelhantes aos do homem. Junte com os restos foram encontrados seixos trabalhos com bordos cortantes, indicando que o Homo habilis era capaz de trabalhar a pedra. Essa espécie, datada de 1.700.000 anos é considerada o ancestral da espécie humana.

Homo Erectus

O ipedloucura16de Java, um dos mais antigos hominídeos, foi descoberto por Eugene Dubois, em 1891, na região leste de Java. Inicialmente foi chamado de Pithecantropus erectus, nome posteriormente alterado para Homo erectos. A reconstrução esquelética indicou que o adulto atingia 1,70m de altura, pesava 70 quilogramas a tinha um andar semelhante ao ipedloucura16actual. A capacidade craniana variava de 700 a 1.100 centímetros cúbicos. As arcadas supra-ciliares eram preeminentes e não apresentava queixo, dentes grandes e caninos não ultrapassando os demais dentes. Vivia em cavernas ou abrigos de pedras, por ele construídos. Em 1920 escavações em cavernas próximas a Pequim, Davidson Black encontram o chamado homem de Pequim e deu-lhe o nome de Sinanthropus pekinensis, porém, a descoberta de outros espécimes revelou que se tratava de uma variedade do Homo erectos. O crânio, dotado de protuberâncias supra-erbitais apresentava uma capacidade de 1075 centímetros cúbicos. Ao lado do homem de Pequim foram encontrados objetos talhados em pedra a restes de cinza, provando o conhecimento do fogo.

Homo Sapiens

Há cerca de 70.000 anos atrás, surgiu o Home sapiens, do qual existem numerosas amostras. Ele teria se apresentado em duas superfícies: Homo sapiens neanderthalensis e Homo sapiens sapiens. O primeiro, homem de Neandertal, foi descoberto no vale de Neander, próximo a Dusseldorf, sendo da constituição forte, cuja altura variava de 1,50 a 1,60m.

Mafalda Liz

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

 Filogénese e Ontogénese

Filogénese: A filogénese estuda a história da evolução humana, nomeadamente a constituição dos seres humanos como sujeitos cognitivos. A paleontologia humana, baseada em inúmeras investigações, afirma que os homens nem sempre tiveram a mesma constituição e  capacidades. A explicação mais consensual é que a evolução da nossa constituição 

 morfológica e funcional, foi feita em simultâneo com o desenvolvimento das nossas capacidades cognitivas (memória, linguagem e pensamento) e esta de forma articulada com o desenvolvimento das nossas realizações e capacidades técnicas. Todos estes factores de forma inter-relacionada contribuíram para gerarem a espécie que hoje somos.


Ontogénese: O conhecimento é encarado como um processo de modificações e adaptações ao meio que desde o nascimento  ocorre em todos os seres vivos. Segundo diversos autores, a ontogénese repete a filogenese, isto é, o desenvolvimento da humanidade é como que repetido no desenvolvimento de cada ser.

Jean Piaget (1896-1980), o criador desta abordagem científica do conhecimento (a Psicologia Genética), começou por estudar o modo como, em cada indivíduo se desenvolve a faculdade de raciocinar (abordagem genética) considerando, deste modo, que esta faculdade  não está pré-constituída aquando do nascimento de uma criança. Chegou à conclusão de que na origem do conhecimento estaria um processo dinâmico em que há uma permanente interacção entre o sujeito e o objecto. O estudo deste processo de constitutivo das nossas capacidades cogitivas, conduziu Piaget a descobrir  quatro grandes períodos ou estádios que são caracterizados em função das capacidades, de que um indivíduo dispõe para a apreensão e organização da realidade. 1. Estádio da inteligência sensório-motora ( do nascimento aos 2 anos); 2. Estádio da inteligência pré-operatória ( dos 2 aos 7 anos); 3. Estádio das operações concretas  dos 7 anos 12 anos); 4. Estádio das operações formais ou abstractas.  Cada estádio representa uma forma de equilíbrio mais estável. Nesta perspectiva não existem estruturas inatas. Inata é apenas a necessidade de adaptação ao meio. Esta perspectiva do conhecimento é hoje denominada por construtivismo.

Inês Sousa

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O desenvolvimento do Ser Humano: a Hereditariedade e o Meio

O comportamento humano depende de múltiplos fatores que interagem desde a fecundação até à morte. Ao longo da história sucedem-se diferentes conceções umas que defendem o predomínio da hereditariedade, outras, o predomínio os fatores decorrentes do meio.
A hereditariedade corresponde à informação genética responsável pelas características de um indivíduo, e que o distingue de todos os outros membros da sua espécie. É o que o torna único. Os nossos rostos distinguem-se pela sua configuração, pela cor e forma dos olhos, pelo desenho e espessura das sobrancelhas e dos lábios. A descrição das características que nos distinguem de todos os outros seria interminável.
A hereditariedade desempenha um papel fundamental na constituição dos sistemas nervoso e endócrino, bem como outras estruturas orgânicas, tendo estes dois sistemas assumem um papel decisivo no comportamento humano. Então podemos dizer que a hereditariedade é um facto a ter em conta quando se quer explicar o modo de atuar do ser humano.

Mas o ser humano é fruto de junção das características inatas que provem dos seus antecessores e do meio em que se encontra inserido. A componente genética é um fator muito importante no desenvolvimento da capacidade intelectual. Contudo, os factores do meio desempenham um papel decisivo na determinação do modo como a componente genética se expressará.
A aparência de uma pessoa é determinada pelo património genético e pelo meio ambiente, que inclui todas as condições: alimentares sócio-económicas, sócio-culturais, climáticas, etc.
O meio social, família, grupos e cultura a que se pertence desempenha um papel determinante na construção da personalidade. A personalidade forma-se num processo interativo com os sistemas de vida que a envolvem: a família, a escola, o grupo de pares, o trabalho, a comunidade. Uma personalidade é marcada por todo o processo de socialização em que a família, sobretudo nos primeiros anos, assume um papel muito importante, pelas características e qualidade das relações existentes e pelos estilos educativos.
A pessoa é assim resultado de uma história em que se interligam fatores hereditários e fatores ambientais. A complexidade do que somos deriva o potencial herdado e dos efeitos do meio.
Flávia Ferreira

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

DNA – ácido desoxirribonucleico


 Fig. 0 - Representação da estrutura base de um nucleótido de DNA.


 DNA é o suporte universal da informação genética que define as características de cada organismo vivo.

A unidade fundamental do DNA é o nucleótido que resulta da ligação entre:

  • uma base azotada - A-adenina, G-guanina, C-citosina, T-timina;
  • uma pentose (desoxirribose);
  • um grupo fosfato.








As quatro bases heterocíclicas presentes nos nucleótidos de DNA pertencem à família das purinas (A e G) e das pirimidinas (C e T).



Fig. 1 - Bases púricas
Fig.2 - Bases pirimídicas


 A designação dada ao nucleótido encontra-se relacionada com a respectiva base azotada que o compõe.


Fig. 3 - Representação estrutural de um desoxirribonucleótido, mais especificamente da desoxitimidina-5'-monofosfato (ou ácido 5'-desoxitimidílico)



Ana João

Comportamento Animal


O comportamento animal desenvolve-se como resultado da interação de influências genéticas e ambientais.

Um exemplo impressionante e muito curioso de influências genéticas e ambientais no comportamento animal é o chamado Imprinting.

A razão para o nome é porque Konrad Lorenz descobriu que o objeto sensorial encontrado pela ave é estampado (ou carimbado), imediatamente e irreversivelmente, no sistema nervoso, após o nascimento.

Este é um fenómeno exibido por vários animais jovens, principalmente pássaros, tais como patinhos e pintinhos. Quando saem dos seus ovos, eles seguirão o primeiro objeto em movimento que encontrarem no ambiente (o qual pode ser a sua mãe pata ou galinha, mas não necessariamente). Ocorre então uma ligação social entre o filhote e este objeto ou organismo.

Os primeiros estudos científicos deste fenómeno foram realizados pelo austríaco naturalista  Konrad Lorenz (1903 - 1989), um dos fundadores da etologia do estudo do comportamento animal. Ele descobriu que, se gansos cinzentos fossem criados por ele desde logo após o seu nascimento, eles o seguiriam como se fosse sua mãe. Os gansinhos seguiam Lorenz até mesmo depois de se tornaram adultos e manifestavam uma maior preferência por ele do que por outros gansos.

Noutras experiências, Lorenz demonstrou que patinhos poderiam receber o imprinting não somente de seres humanos, mas também de objetos inanimados, tais como um balão. Ele descobriu também que existe uma "janela" muito restrita de tempo após o nascimento para que o imprinting se realizasse efetivamente

O trabalho de Lorenz forneceu uma evidência muito importante de que existem períodos críticos na vida, onde um tipo definido de estímulo é necessário para o desenvolvimento normal. Como é necessária a exposição repetitiva a um estímulo ambiental (provocando uma associação com ele), podemos dizer que o imprinting é um tipo de aprendizagem, ainda que contendo um elemento inato muito forte.

Daniel Leite

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Genética do Comportamento

Hereditariedade consiste na transmissão das características biológicas de pais para filhos.

- A transmissão desta informação genética faz-se através dos cromossomas (filamentos enrolados que se encontram no interior do núcleo de cada célula). A espécie humana tem 23 pares de cromossomas (com excepção da células sexuais). O par 23 do cromossoma sexual feminino é constituído por um cromossoma X. O par 23 do masculino possui um cromossoma X e um Y (mais pequeno). É o homem que define o sexo do novo ser.

- Os cromossomas são constituídos quimicamente por moléculas de ADN (ácido desoxirribonucleico) que contém a informação genética.

- O ADN está divido em pequenos segmentos, constituídos por um determinado número de nucleótidos (4 tipos), com uma ordem específica, a que se dá o nome de genes. O ser humano possui cerca de 30 mil. Os genes são portanto segmentos de cromossomas, tendo cada um informação específica, por exemplo, para produzir uma determinada proteína ou controlar uma dada característica (a cor dos olhos, etc).

O Código Genético que define as características biológicas de cada ser e é determinado pela sequência dos genes. Um cromossoma contém vários genes.



Se os genes estiverem danificados produzem-se malformações ou deficiências no organismo do novo ser. O síndrome de Down, por exemplo, no cromossoma 21 há 3 exemplares em vez de 2 (Trissomia 21). Em vez de 46 cromossomas as pessoas com esta patologia nasceram com 47 cromossomas.
Ana João