sexta-feira, 4 de maio de 2012

A Atração

Ao conhecermos alguém é frequente, nos momentos iniciais de interacção, formarmos uma primeira impressão dessa pessoa, impressão essa que é influenciada pelos seus comportamentos, pelo conhecimento de como essa pessoa é e pela sua aparência física. Tal ocorre porque temos a crença de que não só os comportamentos como a aparência (aspectos físicos e comunicação não verbal) reflectem características da personalidade, crenças e estilos de vida.

A importância da beleza:
Uma relação pessoal forma-se frequentemente com o surgir de uma sensação inicial de afecto por outra pessoa. Um dos factores que mais contribui para que tal ocorra é a percepção de atractividade física.
Numa experiência de Walster et al. (1966) grupos de estudantes universitários eram aleatoriamente emparelhados entre si, ao que se seguia um encontro entre os diferentes casais. Apesar de terem acesso a informações sobre a personalidade e sucesso académico do parceiro, o grau de satisfação dos encontros era principalmente influenciado pela atractividade física destes. Noutro estudo de Clifford (1975) verificou-se que os professores a que eram fornecidas informações acerca de um grupo de crianças (onde se incluíam as suas fotos), consistentemente consideravam as crianças mais bonitas como sendo mais inteligentes e tendo maior potencial acadêmico.
A beleza física, ao contrário do esperado pela psicobiologia, não se restringe pois ao campo romântico-sexual, parecendo abarcar um leque mais vasto de relações sociais. Poder-se-ia argumentar que a preferência por pessoas fisicamente atractivas se baseia meramente num prazer estético contemplativo mas a verdade é que existem estereótipos associados à beleza. Espera-se que as pessoas bonitas sejam calorosas, amistosas e socialmente confiantes. Num contexto de emprego, as pessoas bonitas são mais facilmente escolhidas em entrevistas de selecção por serem consideradas melhores profissionais. Os homens com uma face com esquema infantil são vistos como mais ingénuos, honestos e generosos do que outros com expressões mais maduras. São também considerados mais atractivos pela maioria das mulheres, em oposição à típica imagem de macho viril que seria de esperar pelas previsões biológicas. Este estereótipo pode também tornar-se uma profecia auto-confirmatória, tal como ficou demonstrado num estudo de Elizabeth Tanke e Ellen Berscheid (1977). Nesta experiência, grupos de homens iniciavam uma conversa telefónica com várias mulheres depois de terem visto uma suposta foto delas: nalgumas eram mostradas mulheres bastante atractivas e noutras não. Os homens que julgavam estar a falar com mulheres atractivas eram mais sociáveis, calorosos, interessantes e extrovertidos. Por sua vez, as mulheres tornavam-se elas também mais sociáveis, animadas e confiantes.
André Pinto

Sem comentários:

Enviar um comentário