terça-feira, 29 de maio de 2012

Influência Social

Vivemos em sociedade, integrados em diferentes grupos socais, e é no contexto de grupos como família, escola, grupo de pares que fazemos as nossas aprendizagens sociais. Através do processo de socialização, adoptamos normas, atitudes e comportamentos que consideramos aceitáveis na sociedade na qual estamos integrados. Podemos definir como influência social como o processo pelo qual as pessoas modificam, afectam os pensamentos, sentimentos, emoções e comportamentos de outras pessoas. A influência social manifesta-se em três processos:

  • Normalização: relativo às normas. Estas são regras sociais básicas que estabelecem o que as pessoas podem ou não fazer em determinadas situações que implicam o seu cumprimento. Na ausência de normas reconhecidas colectivamente, os indivíduos que constituem um grupo tentam elaborá-las influenciando-se una aos outros.
  • Conformismo: é uma forma de influência social que resulta do facto de uma pessoa mudar o seu comportamento  ou as suas atitudes por efeito da pressão do grupo.
  • Obediência: acontece quando  as pessoas não se sentem responsáveis pelas acções que levam a cabo, sob ordens de uma figura de autoridade; consideram  que esta se responsabiliza pelas consequências dos seus actos. As pessoas são influenciadas a comportarem-se de determinado modo através da aceitação de ordens que sentem a obrigação de cumprir. 

Flávia Ferreira

domingo, 27 de maio de 2012

Síndrome de Privação Neonatal


A síndrome de Privação Neonatal diz respeito ao quadro clínico que os recém-nascidos que foram expostos, no interior do útero, a diversas substâncias consumidas pela mãe, e se tornaram fisicamente dependentes, experienciam aquando do seu nascimento, devido à interrupção do afluxo sanguíneo proveniente da circulação materna. É sabido que quase todas as drogas passam pela circulação placentária e é após o nascimento do recém-nascido que a droga consumida pela mãe durante a gravidez deixa de estar disponível, dando origem ao quadro de abstinência. São vários os sintomas e sinais que podem advir deste quadro de privação, e o seu aparecimento pode ocorrer em diferentes alturas após o nascimento e com diferentes intensidades, consoante o tipo de droga consumida pela grávida, estes os quais destacam-se sintomas como disforia (Sensação ou estado de mal-estar, ansiedade e depressão), insónia, ansiedade, náusea e agitação.



Flávia Ferreira

sábado, 26 de maio de 2012

Influência dos media


Os mass media têm uma grande influência na vida das populações, pois através dos vários meios de comunicação, os mass media conseguem transmitir e moldar a opinião social. Através de publicidades, notícias e outras coisas, os mass media podem influenciar a opinião pública sobre um determinado tema, ou até mesmo levar a população ao consumismo. Presentemente, os média desempenham uma função que não tinham há anos atrás. Se antes reportavam decisões e atitudes, hoje interferem directamente e de uma maneira activa nessas mesmas decisões. Os cidadãos têm, aparentemente, maior participação nessas decisões, mas na prática muitas vezes isso não acontece. Porque os media são propriedade de grupos com interesses económicos e políticos, reportando mais claramente esses interesses do que propriamente os dos cidadãos. Dadas as novas tecnologias e a capacidade de influência que os media têm, este problema é fundamental nos dias de hoje. Hoje, não podemos falar de uma opinião pública nos termos em que se falava, por exemplo, na primeira metade do século XX. A opinião pública julga pensar autonomamente em função da mensagem que lhe é transmitida, mas esta é previamente determinada para ela.

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                                                                                                                         Mafalda Liz

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Comportamentos de vinculação

O comportamento (reacção observável) de vinculação destina-se a favorecer a proximidade e informa a mãe do desejo de interacção do bebé. Exemplos: (além desses: agarrar, gatinhar)

CHORO: constitui um modo eficaz de atrair a atenção, em consequência de dor, fome, aborrecimento e/ou desconforto.
O choro provoca automaticamente nos adultos reacções de preocupação, de responsabilidade e de culpa: força-os a reagir, a tentar perceber e interpretar a razão do choro da criança.

SORRISO: aparece prematuramente:
6-12 semanas: primeiros sorrisos activos e intencionais produto da comunicação entre o bebé e a figura de vinculação.
6 meses: o sorriso é um acto social dirigido a figuras preferenciais, é um sorriso social que o leva a não sorrir a estranhos.

VOCALIZAÇÕES: funcionam como estimulo para as vocalizações do adulto.





O bebé é apenas fisicamente indefeso:
-Choro, riso e vocalizações dirigidos ás pessoas que dele cuidam mostram que a criança é social desde muito precoce.
A vinculação é, assim, na perspectiva das relações precoces, o laço afectivo que se estabelece entre a criança e uma figura de vinculação. Une a criança e o adulto num determinado espaço e perdura no tempo (relação de vinculação) Expressa-se através da necessidade inata de manter a proximidade (comportamento de vinculação). Permite a construção da sensação de conforto e de segurança, sendo, portanto, essencial ao desenvolvimento pessoal e social do individuo.


André Pinto

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Relações Precoces




CARACTERÍSTICAS DAS RELAÇÕES PRECOCES


Mulheres que nunca tiveram filhos podem exercer o papel de mãe tão bem ou melhor do que as mães biológicas (ex: mães adoptivas)
Os cuidados maternos podem ser partilhados ou mesmo integralmente assumidos pelo pai
A palavra mãe designa um adulto significativo que, dispondo de tempo para se dedica a criança, se mostra capaz de lhe proporcionar experiências positivas e estimulantes e de lhe dispensar a atenção e o afecto de que necessita

IMATURIDADE DO BEBÉ

 A criança é hoje vista como um ser activo que surpreende pelas competências que revela, e não como ser passivo e incompetente. Em comparação com o que ira ser capaz de fazer ao longo da vida, o bebé ate pode mostrar competências ingénuas, contudo, já sabemos que essa fragilidade é o suporte do enorme desenvolvimento posterior, a ter lugar com a intervenção da aprendizagem

COMPETÊNCIAS BÁSICAS DO BEBÉ E DA MÃE


Piaget apresenta o período sensorial-motor como a base de todo o desenvolvimento intelectual futuro – a criança nasce com esquemas de acção que, desenvolvidos e interiorizados, se transformam em esquemas de pensamento
Freud centra-se na capacidade de a criança sentir prazer e desprazer desde o momento do nascimento. A amamentação contribui para o estruturador de personalidade determinando o relacionamento emocional com os outros
Erikson defende que a confiança ou desconfiança que norteiam o relacionamento social radicam nas experiências vividas durante os primeiros meses de vida. O modo como o bebé resolve o primeiro conflito existencial influencia o grau de esperança num futuro relacionamento social gratificante
O desenvolvimento é dinâmico, a relacionação com as pessoas será determinante para o sucesso do futuro relacionamento intelectual, social e emotivo com os outros


COMPETÊNCIAS BÁSICAS DO BEBÉ


Reflexos – contribuem para a sua sobrevivência e adaptação à vida. O reflexo de sucção é o que prepara o bebé para se alimentar e, assim, sobreviver
Choro – Ainsworth, o choro aparece num período próprio e com funções de chamamento
Bell e Ainsworth, as crianças cujas mães não respondem imediatamente aos apelos tendem a chorar com frequência durante o primeiro ano de vida. As crianças cujas mães são solícitas no atendimento ao choro tendem a chorar menos, desenvolvendo outras formas de apelar, pois introduz nas crianças um estado de segurança. Daí que outras formas de comunicação se desenvolvam rapidamente em substituição do choro
Spitz, entre as 3 e as 6 semanas o bebé sorri para outras pessoas ao ouvir a voz humana, é a primeira manifestação de sociabilidade do bebé
Capacidade de imitar expressões faciais e de acenar com a mão para dizer adeus
Logo após o nascimento, os órgãos sensoriais do bebé são bombardeados por vários estímulos que lhe provocam diversas impressões. Para comunicar, o bebé executa movimentos e distingue sensações
- Sintomas de tentativas de comunicação: A criança move a cabeça no sentido das vozes humanas; o desenho do rosto humano atrai a vista da criança; com poucos dias de vida o bebé é capaz de distinguir o rosto, cheiro e voz da mãe; preferem olhar para objectos que estejam a menos de 25cm (distancia dos seus olhos aos olhos da mãe enquanto mamam)

COMPETÊNCIAS BÁSICAS DA MÃE


Biológicas – o comportamento maternal assenta em factores de natureza biológica, os ovários segregam progesterona (desenvolve as glândulas mamárias), a hipófise estimulada pela presença do feto no útero, estimula as glândulas mamárias produzindo leite
Sociais – através da aprendizagem social as mulheres sabem tratar dos seus filhos
Emocionais - as tarefas e afectos desenvolvem-se num contexto social, sendo adquiridas por aprendizagem social


Ana João

sexta-feira, 18 de maio de 2012

A Motivação

Conjunto de forças internas  que mobilização o indivíduo para atingir um dado objectivo como resposta a um estado de necessidade, carência ou desequilíbrio.
A palavra motivação vem do latim "movere" , que significa "mover". A motivação é, então, aquilo que é susceptível de mover o indivíduo, de o levar a agir para atingir algo (o objectivo), e de lhe produzir um comportamento orientado.
Ciclo motivacional:

1- Necessidade: É o motivo, a razão de ser da acção. É provocada por um estado de desequilíbrio devido a uma carência ou privação (ex.falta de alimento no organismo).

2 -Impulso ou pulsão: É a actividade desenvolvida pela necessidade ou motivo, isto é, a energia interna que impele o indivíduo a agir num dado sentido. (Ex.força que move o indivíduo para obter comida).

3- Resposta: É a actividade desenvolvida e desencadeada pela pulsão para atingir algo. (ex.procurar comida).

4- Incentivo: É o objectivo para o qual se orienta a acção. (Ex. ingerir o alimento).




5-  Saciedade: É a satisfação decorrente de se ter atingido o objectivo pretendido (depois de se ter ingerido o alimento, a fome desaparece).
Tipos de Motivação- Não existe uma classificação para as motivações, mas várias. As motivações podem classificar-se em dois grandes grupos: 

1.Motivações fisiológicas (primárias, básicas, biológicas, orgânicas): as que estão ligadas à sobrevivência do organismo e não resultam de uma aprendizagem. Elas provocam no organismo certos impulsos para o restabelecimento do seu equilíbrio. Estas motivações encontram-se estreitamente ligadas com determinado estado interno do organismo. Exemplos: respiração, fome, sede, sexo, evitar o frio e o calor, sono, etc.  A homeostasia designa o mecanismo que regulação o equilíbrio interno do organismo.

2. Motivações sociais (secundárias, culturais): as que dependem essencialmente de aprendizagens, isto é, foram adquiridas no processo de socialização. Exemplos: Necessidade de convivência (afiliação), de reconhecimento, de êxito social, de segurança, etc. Este grupo pode ser subdividido, por exemplo, entre motivações sociais centradas no indivíduo e ou centradas na sociedade.
André Pinto

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Marcadores Somáticos


António Damásio
Quando nós tomamos decisões, nós devemos avaliar o valor de incentivo das escolhas possíveis, usando processos cognitivos e emocionais. Quando nos deparamos com escolhas complexas e conflituantes, nós não poderemos decidir usando somente processos cognitivos, pois eles devem se tornar sobrecarregados e incapazes de chegar a um resultado satisfatório.
Nestes casos, os marcadores somáticos podem ajudar na decisão. Eles são associações entre estímulos de recompensa que induzem um estado afectivo / fisiológico associado. Conjectura-se que os marcadores somáticos são armazenados no cérebro na região do córtex pré-frontal Estas associações de marcadores podem ocorrer novamente durante a tomada de decisão e podem influenciar nosso processo cognitivo. Quando nós temos de fazer decisões complexas e incertas, os marcadores somáticos criados por um estímulo relevante são agregados para produzir uma rede de estado somático. A totalidade deste estado direcciona ou influencia nossa decisão sobre como agir. Esta influência sobre nossa tomada de decisão deve ocorrer dissimuladamente (inconscientemente), via o tronco cerebral e o corpo estriado, ou manifestamente (conscientemente), empenhando alto processamento cognitivo cortical. António Damásio propõe que os marcadores somáticos direccionam a atenção para opções mais vantajosas, simplificando o processo de decisão.


Flávia Ferreira

Sentimentos e emoções


No seu uso comum, o termo emoção tende a incluir a noção de sentimento. Apesar destes dois fenómenos se encontrarem tão intimamente ligados que se torna fácil confundi-los, é possível distingui-los e estudá-los separadamente para no final melhor compreender a sua ligação. A distinção entre emoção e sentimento acompanha de perto a distinção entre corpo e mente.
As emoções parecem preceder os sentimentos e constituir o seu alicerce. Comecemos por indagar o que são as emoções para em seguida abordar a questão do sentimento.
As emoções fazem parte de um sistema integrado de dispositivos inatos e automáticos que visam solucionar os problemas básicos da vida e assegurar o bem-estar do organismo. Contribuem assim para a regulação homeostática de um organismo cuja sobrevivência depende da manutenção de condições internas estáveis e da possibilidade de adaptação às variações do mundo exterior. Enquanto mecanismos biológicos de auto-regulação, as emoções têm uma dupla função. A primeira é a produção de uma reacção específica do organismo a uma situação indutora, isto é, a um estímulo emocionalmente competente presente no meio exterior. A segunda função é a regulação do estado interno do organismo, através de modificações do corpo (ritmo cardíaco, pressão sanguínea, etc) que visam preparar o organismo para a reacção acima referida.
Todas as reacções homeostáticas são acompanhadas por estados do corpo mapeados no cérebro sob a forma de padrões neurais que registam os ajustamentos que vão sendo feitos para assegurar o fluir da vida. As emoções distinguem-se de outros mecanismos de regulação automática pelo grau de complexidade das respostas emocionais, que se podem  dividir em primárias (alegria, tristeza, cólera, surpresa ou aversão), de fundo (bem-estar, mal-estar, calma, tensão) e sociais ou secundárias (vergonha, ciúme, culpa, orgulho).





Flávia Ferreira

segunda-feira, 14 de maio de 2012

A Motivação

Conceito de Motivação

Conjunto de forças internas  que mobilização o indivíduo para atingir um dado objectivo como resposta a um estado de necessidade, carência ou desequilíbrio.
A palavra motivação vem do latim movere , que significa "mover". A motivação é, então, aquilo que é susceptível de mover o indivíduo, de o levar a agir para atingir algo (o objectivo), e de lhe produzir um comportamento orientado.

Ciclo motivacional:  

1. Necessidade. É o motivo, a razão de ser da acção. É provocada por um estado de desequilíbrio devido a uma carência ou privação (ex.falta de alimento no organismo).

2. Impulso ou pulsão. É a actividade desenvolvida pela necessidade ou motivo, isto é, a energia interna que impele o indivíduo a agir num dado sentido. (Ex.força que move o indivíduo para obter comida).

3. Resposta. É a actividade desenvolvida e desencadeada pela pulsão para atingir algo. (ex.procurar comida).

4. Incentivo. É o objectivo para o qual se orienta a acção. (Ex. ingerir o alimento).

5. Saciedade. É a satisfação decorrente de se ter atingido o objectivo pretendido (depois de se ter ingerido o alimento, a fome desaparece).

Este comportamento sequencial volta a repetir-se sempre que se repete a necessidade que o provoca.

Ana João

sábado, 12 de maio de 2012

A Hierarquia das Necessidades de Maslow: Pirâmide de Maslow



O comportamento humano é explicado por Maslow através de cinco níveis de necessidades. Estas necessidades são dispostas em ordem hierárquica, desde as mais primárias e imaturas (tendo em vista o tipo de comportamento que estimulam) até as mais civilizadas e maduras. 


Na base da pirâmide, encontra-se o grupo de necessidades que Maslow considera ser o mais básico e reflexivo dos interesses fisiológicos e de sobrevivência. Este é o nível das necessidades fisiológicas, que estimulam comportamentos caracterizados pelo verbo ter.








O segundo nível da hierarquia é constituído por uma série de necessidades de segurança. Uma vez atendidas as necessidades fisiológicas, a tendência natural do ser humano será a de manter. Na seqüência, quando a segurança é obtida, surgem as necessidades de pertencer a grupos, associar-se a outras pessoas, ou seja, de se igualar. Estas necessidades são chamadas de sociais ou de associação. O passo seguinte na escala de necessidades é o da estima ou de “status”. Neste ponto, as necessidades de destaque, proeminência, reconhecimento e admiração por parte do grupo são manifestadas por ações que buscam diferenciar. 


Embora as necessidades de estima sejam difíceis de serem superadas, dada sua dependência à receptividade de terceiros, Maslow sugere que em alguns casos elas podem ser adequadamente satisfeitas, liberando assim os indivíduos para atingir o nível mais alto da hierarquia. Quando isto ocorre, as necessidades de maximizar as potencialidades e de testar a própria capacidade farão com que as ações do indivíduo sejam dirigidas em busca do vencer. Este é o nível das necessidades mais maduras e construtivas da hierarquia de Maslow, conhecidas como necessidades de auto-realização.





  • Necessidades Fisiológicas



As necessidades fisiológicas são bem óbvias e geralmente, se referem a requisitos para a sobrevivência do indivíduo ou da sua espécie. 



  • Necessidades de segurança



As necessidades de segurança referem-se à estabilidade ou manutenção do que se tem.



  • Necessidades de Associação 



Depois que as necessidades fisiológicas e de segurança são atendidas, a terceira camada da pirâmide de Maslow fala de das necessidades de associação, que se referem às necessidades do indivíduo em termos sociais.


As necessidades de associação incluem aspectos que envolvem relacionamentos baseados na emoção, pois seres humanos precisam sentir-se aceitos e fazendo parte de algo. 




  • Necessidades de Estima



Após alcançar as necessidades fisiológicas, de segurança e de associação, o ser humano passa a perseguir a necessidade de estima, ou de ser respeitado em busca de auto-estima e auto-respeito. A estima é um desejo humano de ser aceito e valorizado por si e pelos outros. Note que neste caso não é apenas a busca de uma aceitação de um grupo e sim do reconhecimento pessoal e do grupo da sua contribuição e importância dentro dele.


Quando não se consegue atingir esta necessidade, aparece a baixa estima e o complexo de inferioridade.





  • Necessidade de Auto-Realização



Este é o último patamar da pirâmide de Maslow e as pessoas para terem esta motivação é necessário que as outras tenham sido satisfeitas. Esta necessidade se refere à motivação para realizar o potencial máximo do ser, ou seja, o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser, explorando suas possibilidades. Este pode ser considerado a motivação maior e a única verdadeiramente satisfatória para a natureza humana.




Ana João

sexta-feira, 11 de maio de 2012

A noção de preconceito

O preconceito é uma atitude fundamentalmente negativa constituída por três componentes:
a) Componente cognitiva (estereótipos)– Ideias e crenças negativas acerca de membros de um grupo social.

b) Componente emocional- Sentimentos.

c) Componente comportamental- de desprezo,ódio, medo predisposição para agir de forma discriminatória, em relação a membros de um grupo.

O preconceito é um conceito formado antecipadamente e sem fundamento sérios ou razoável. Designa um atitude que deriva de pré-julgamentos e que conduz os sujeitos a avaliarem, na maior parte das vezes de forma negativa, pessoas ou grupos sociais, comportamentos que conduzem à discriminação, à segregação.
É uma disposição adquirida cujo objectivo é o estabelecimento de uma diferenciação social.
O preconceito pode conduzir à discriminação, isto é, traduzir-se em comportamentos injustos que prejudicam os membros de um determinado grupo.
O preconceito, na sua vertente comportamental, unicamente sugere uma predisposição ou tendência para discriminar.
A discriminação é considerada a manifestação comportamental do preconceito.

                                                                                                                                           André Pinto

O conceito de grupo

É uma unidade social, um conjunto de indivíduos, mais ou menos estruturada, com objectivos e interesses comuns cujos elementos estabelecem entre si relações e interagem.

Um conjunto de pessoas constitui um grupo quando estas:
•Interagem com frequência
•Partilham normas e valores comuns
•Participam de um sistema de papéis
•Cooperam para atingir determinado objectivo
•Reconhecem e são reconhecidos pelos outros como pertencentes do grupo

Os grupos diferenciam-se nestes aspectos:
a) Dimensão: quanto mais amplo um grupo formais formal ele se torna e menor a interacção pessoal entre os seus membros

b) Duração: as famílias são grupos que sobrevivem as muitas gerações; as associações de estudantes ao fim de alguns anos acabarão por se desfazer

c) Valores objectivos: a associação portuguesa de luta contra o cancro difere nitidamente dos membros de um clube recreativo

d) Amplitude das actividades realizadas: grupos como a família envolvem-se numa grande diversidade de actividades, o que não acontece num grupo de basquetebol.

Tipologia dos grupos:

Grupos primários: unidades sociais cujos membros contactam directamente. Os grupos primários são normalmente pequenos e o contacto entre os seus membros é frequente. Grupo baseado em vínculos afectivos.
Ex.: Família, grupo de amigos.

Grupos secundários: unidades sociais cujos membros comunicam mais indirecta do que directamente entre si, sendo escassa a vinculação afectiva e limitando-se a solidariedade a um campo de interesses normalmente de natureza laboral e formal.
Ex: um sindicato, uma empresa, um partido político,

Grupos formais: é um grupo hierarquizado segundo normas que definem com exactidão o papel dos seus membros, estando as regras de funcionamento, na maior parte dos casos, expressa por escrito num regulamento interno. São grupos relativamente estáveis e duráveis.
Ex: família, empresa, concelho executivo.

Grupos informais: grupos cujos laços afectivos estão mais vinculados em gostos e interesses comuns. Não há hierarquias fixas, podendo contudo haver liderança. São grupos efémeros, como por exemplo o grupo do liceu.

                                                                                                                                              André Pinto

quarta-feira, 9 de maio de 2012

A memória


A memória é basicamente a capacidade humana de inscrever, conservar, e relembrar mentalmente vivências, conhecimentos, conceitos, sensações e pensamentos experimentados em um tempo passado. Especialistas da Neurobiologia e da Psicologia Cognitiva ratificam esta definição, afirmando que na verdade existem várias memórias, pois há diversas fontes de armazenamento de dados em nossa mente, não limitadas em uma área determinada de nosso cérebro, mas inerentes a distintas atividades mentais.

Seja como for, porém, que a memória se expresse, os especialistas são unânimes em afirmar que ela é o fundamento do desempenho cognitivo do homem. Ela exige, para sua melhor performance, um alto dispêndio de energia mental, e se adultera com a passagem do tempo. Seu mecanismo age como uma espécie de colagem de fragmentos mnemônicos e de conhecimentos, que dá vida a idéias originais.

Sérgio Freitas

sexta-feira, 4 de maio de 2012

A Atração

Ao conhecermos alguém é frequente, nos momentos iniciais de interacção, formarmos uma primeira impressão dessa pessoa, impressão essa que é influenciada pelos seus comportamentos, pelo conhecimento de como essa pessoa é e pela sua aparência física. Tal ocorre porque temos a crença de que não só os comportamentos como a aparência (aspectos físicos e comunicação não verbal) reflectem características da personalidade, crenças e estilos de vida.

A importância da beleza:
Uma relação pessoal forma-se frequentemente com o surgir de uma sensação inicial de afecto por outra pessoa. Um dos factores que mais contribui para que tal ocorra é a percepção de atractividade física.
Numa experiência de Walster et al. (1966) grupos de estudantes universitários eram aleatoriamente emparelhados entre si, ao que se seguia um encontro entre os diferentes casais. Apesar de terem acesso a informações sobre a personalidade e sucesso académico do parceiro, o grau de satisfação dos encontros era principalmente influenciado pela atractividade física destes. Noutro estudo de Clifford (1975) verificou-se que os professores a que eram fornecidas informações acerca de um grupo de crianças (onde se incluíam as suas fotos), consistentemente consideravam as crianças mais bonitas como sendo mais inteligentes e tendo maior potencial acadêmico.
A beleza física, ao contrário do esperado pela psicobiologia, não se restringe pois ao campo romântico-sexual, parecendo abarcar um leque mais vasto de relações sociais. Poder-se-ia argumentar que a preferência por pessoas fisicamente atractivas se baseia meramente num prazer estético contemplativo mas a verdade é que existem estereótipos associados à beleza. Espera-se que as pessoas bonitas sejam calorosas, amistosas e socialmente confiantes. Num contexto de emprego, as pessoas bonitas são mais facilmente escolhidas em entrevistas de selecção por serem consideradas melhores profissionais. Os homens com uma face com esquema infantil são vistos como mais ingénuos, honestos e generosos do que outros com expressões mais maduras. São também considerados mais atractivos pela maioria das mulheres, em oposição à típica imagem de macho viril que seria de esperar pelas previsões biológicas. Este estereótipo pode também tornar-se uma profecia auto-confirmatória, tal como ficou demonstrado num estudo de Elizabeth Tanke e Ellen Berscheid (1977). Nesta experiência, grupos de homens iniciavam uma conversa telefónica com várias mulheres depois de terem visto uma suposta foto delas: nalgumas eram mostradas mulheres bastante atractivas e noutras não. Os homens que julgavam estar a falar com mulheres atractivas eram mais sociáveis, calorosos, interessantes e extrovertidos. Por sua vez, as mulheres tornavam-se elas também mais sociáveis, animadas e confiantes.
André Pinto

De que modo os estereótipos, preconceitos e a discriminação condicionam a nossa relação com os outros?


Os estereótipos são um conjunto de crenças que dão uma imagem simplificada das características dos grupos, que se generalizam a todos membros. Alguns exemplos: “os velhos são conservadores”, “os homens são uns machões”, são determinadas características que generalizamos.
Na sua base está o processo de categorização, isto é, colocamos os indivíduos numa “gaveta” e permite-nos de uma forma mais rápida, orientar-nos na vida social. O que por lado é bom, visto que, assim sabemos o que poderemos esperar dos outros, definir o correcto/errado, justo/injusto, o bonito/feio (função sócio-cognitiva). Contudo, se generalizarmos poderá estar errado, porque, por exemplo, nem todos os homens são machões, apenas pegamos em características que lhes são comuns e generalizamos (categorização estereotipada). Uma vez interiorizada, o estereótipo é aplicado de forma automática, é uma construção social. Ao pertencermos a um grupo, leva-nos a distinguir os outros, permitindo definir positiva ou negativamente, por relação ao outro grupo. Por exemplo, se soubermos que um grupo tem uma imagem negativa de outro, os estereótipos contribuem para reforçar a identidade do grupo a que pertencemos (sócio-afectivo). Aqui encontra-se o preconceito, que tem também como base o processo de categorização e a base está na informação veiculada pelo estereótipo, isto é, o estereótipo fornece a informação cognitiva e o preconceito acrescenta-lhes a componente afectiva. Por exemplo, numa sociedade uma senhora sabe que na zona onde vive, os negros roubam, logo ela vai generalizar “todos os negros” e vai guardar com receio a sua carteira.

Estamos perante um acto de discriminação (é um comportamento dirigido ao individuo visado de preconceito) como é o caso de um grupo de portugueses que afirma que os ucranianos deveriam ser expulsos do país, visto que tiram postos de trabalho aos residentes. Por exemplo, o preconceito racial, conduz à discriminação de pessoas de outras raças, já o preconceito sexista, conduz à discriminação de mulheres e o próprio preconceito religioso, conduz à discriminação das pessoas que professam outras religiões. Assim, no meio onde me insiro, as pessoas obtêm a aceitação social quando se comportam de acordo com os estereótipos. O preconceito e a discriminação pelas pessoas leva a que muitas das suas atitudes, sejam difíceis de mudar. Os estereótipos assumem posições radicais contra outros grupos, manifestando protecção do seu e o desejo de coesão. Muitos negros sentem-se inferiorizados, desvalorizados, porque muitas das sociedades não os aceitam como realmente gostariam que os vissem.

André Pinto

Aculturação


Termo que designa o processo de contacto entre culturas diferentes e as suas consequências. Refere-se tanto à interacção directa entre culturas como à exposição de uma cultura a outra através dos mass media ou de outras formas de comunicação. A aculturação supõe a assimilação de um grupo de uma cultura por uma outra cultura, resultando na alteração dessa cultura e em modificações na identidade do grupo. Num processo de aculturação existe a possibilidade de verificação de tensões entre as culturas em presença. É frequente exemplificar o processo de aculturação com a situação que se verificou com a conquista e colonização de várias regiões do globo pelos países da Europa. Mesmo nestes casos de dominação expressa, não só as nações desenvolvidas "impuseram" a sua cultura aos povos menos desenvolvidos como os países colonizadores também acabaram por adoptar traços das culturas das regiões colonizadas.



Flávia Ferreira

quarta-feira, 2 de maio de 2012

O Bom Rebelde



Will Hunting (Damon) é um jovem órfão que trabalha a fazer limpezas no Massachussets Institute of Technology, apesar de ter capacidades invulgares no campo das ciências exactas que o qualificam como génio. O professor Lambeau  procura retirá-lo da marginalidade e ajudá-lo a desenvolver os seus conhecimentos, mas o jovem apenas acede para não cumprir pena de prisão, sendo também forçado a frequentar sessões de terapia psicanalítica com o Dr. Sean Maguire (Williams, oscarizado). Nas deambulações nocturnas com os amigos (incluindo Chuckie, representado por Ben Affleck, que co-escreveu com Damon o argumento original), Hunting conhece Skylar (Driver), uma jovem universitária, que começa por se impressionar com a inteligência dele. O filme desenrola-se sobre as lutas de Hunting consigo próprio, com a ajuda de Maguire, que o tenta fazer vencer os traumas do passado (nem que tenha de recorrer aos seus próprios), abraçar as suas capacidades e o relacionamento com Skylar.
«Good Will Hunting» é notoriamente o filme mais mainstrea de Gus Van Sant, e o seu sucesso - impulsionado desde logo por 9 nomeações para os prémios da Academia americana - está notoriamente mais ligado ao argumento da dupla Damon/Affleck (independentemente de todas as especulações sobre a "verdadeira" autoria), do que a qualquer sopro de autoria por parte do realizador, que parece estar a habituar-se ao estatuto de profissional contratado (já este ano realizou o vídeo "Weird" da banda infantil Hanson, depois de já ter no currículo um trabalho com os Red Hot Chilly Peppers). Tal não significa que não hajam contactos com filmes anteriores, como a característica de 'outsider' do protagonista, mas isso não é algo propriamente invulgar em Hollywood.

«O Bom Rebelde», no título nacional, assenta numa estrutura mais do que conhecida pelas audiências; um personagem auto-marginalizado passa duas horas em auto-conflito até chegar à conclusão que tem é que ser feliz, plantar uma árvore e ser bom para os outros. Com um certo afastamento, podemos afirmar que uma mera decisão por parte de Hunting sustém todo o filme, do mesmo modo do que um comprimido e um pouco de compreensão para com o próximo, resolveria os problemas de Melvin Udall e extinguiria «As Good as it Gets» passados 5 minutos. O humor e os diálogos acima da média salvam o filme do esquecimento pleno, o que não iria nunca acontecer, em termos de resultados de bilheteira, a partir do momento em que Robin Willians é metido no projecto, e, muito menos, quando a Academia decide incluir, no seu plano para 98, o reconhecimento das novas gerações.

Não se poderá criticar «Good Will Hunting» em excesso, já que os seus personagens são mais ambivalentes do que o habitual, o que, por si só, já merecerá alguma da nossa atenção. Hunting não é um simples marginal, cujas sombras dos passado "obrigam" a ser mauzinho de vez em quando. Não é uma mera questão de ser puro de coração, ocultando-o por uma carapaça de indiferença e de violência. Mas os personagens não são deixados suficientemente livres para que a história possa brilhar convenientemente. Recorrem-se a mecanismos um pouco já demasiado vistos, como a lição de Maguire, que fica suspensa no ar à espera de voltar a sair pela boca de Hunting, e cenas como a ruptura com Skylar parecem existir apenas para justificar a necessidade de uma eventual reconciliação. O trabalho da dupla de argumentistas não é menosprezável, antes pelo contrário, mas quando se tem tendência a considerar o que os filmes poderiam ter sido, e não apenas o que eles abstractamente são, não pode deixar de se pensar que um par de estalos a 10 minutos do filme poderia ter resolvido tudo.

Mafalda Liz