Investigadores da Universidade de Michigan, nos EUA, desenvolveram um laser líquido capaz de detectar mais facilmente mutações genéticas que predispõem uma pessoa a um determinado tipo de cancro, avança o portal ISaúde.
Os resultados, publicados na revista alemã Angewandte Chemie, têm potencial para auxiliar na compreensão da base genética de doenças e também pode melhorar a medicina personalizada, que visa criar medicamentos e outras terapias específicas para pacientes com base na sua informação genética.
Segundo os investigadores, a técnica funciona muito melhor do que a abordagem actual, que usa tinta fluorescente e outras moléculas biológicas que se ligam a cadeias de ADN mutante. Quando uma molécula se une a uma célula do cancro, ela emite uma luz fluorescente. Isto pode soar como um sistema sólido, mas não é perfeito. Essas moléculas tendem a ligar-se ao ADN saudável, emitindo um brilho que é ligeiramente mais escuro do que a luz que sinaliza doenças.
"Às vezes, podemos deixar de ver essa pequena diferença. Se não conseguimos detectar essa distinção entre os sinais, podemos chegar a diagnósticos errados. O paciente pode ter o gene mutante, mas ele não é detectado", explica o investigador principal do projecto, Xudong Fan.
Na nova abordagem, o sinal luminoso emitido pelo ADN mutante é centenas de vezes mais brilhante do que o emitido pela técnica actual. "Descobrimos uma maneira inteligente de ampliar a diferença intrínseca entre os sinais saudáveis e de doenças", revela Fan.
Como funcionam?
Lasers líquidos, descobertos no final dos anos 60, amplificam a luz passando-a através de um corante, ao invés de um cristal, como lasers de estado sólido fazem.
Fan desenvolveu um dispositivo único que amplifica o sinal usando o laser líquido num capilar de vidro chamado de "anel de cavidade ressonante".
Em 2011, Fan e o seu grupo de pesquisa descobriu que eles poderiam empregar ADN para modular um laser líquido, ou ligá-lo e desligá-lo. A equipa é uma das únicas no mundo a conseguir esse feito.
Na época, eles não tinham uma aplicação prática em mente. Então eles tiveram a ideia de utilizar o dispositivo como uma ferramenta de diagnóstico por meio da detecção de sinais distintos entre o ADN de célula saudáveis e doentes.
Ana João
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