domingo, 5 de fevereiro de 2012

Laser líquido detecta mutações genéticas que predispõem pessoas ao cancro

Investigadores da Universidade de Michigan, nos EUA, desenvolveram um laser líquido capaz de detectar mais facilmente mutações genéticas que predispõem uma pessoa a um determinado tipo de cancro, avança o portal ISaúde.


Os resultados, publicados na revista alemã Angewandte Chemie, têm potencial para auxiliar na compreensão da base genética de doenças e também pode melhorar a medicina personalizada, que visa criar medicamentos e outras terapias específicas para pacientes com base na sua informação genética.






Segundo os investigadores, a técnica funciona muito melhor do que a abordagem actual, que usa tinta fluorescente e outras moléculas biológicas que se ligam a cadeias de ADN mutante. Quando uma molécula se une a uma célula do cancro, ela emite uma luz fluorescente. Isto pode soar como um sistema sólido, mas não é perfeito. Essas moléculas tendem a ligar-se ao ADN saudável, emitindo um brilho que é ligeiramente mais escuro do que a luz que sinaliza doenças.


"Às vezes, podemos deixar de ver essa pequena diferença. Se não conseguimos detectar essa distinção entre os sinais, podemos chegar a diagnósticos errados. O paciente pode ter o gene mutante, mas ele não é detectado", explica o investigador principal do projecto, Xudong Fan.


Na nova abordagem, o sinal luminoso emitido pelo ADN mutante é centenas de vezes mais brilhante do que o emitido pela técnica actual. "Descobrimos uma maneira inteligente de ampliar a diferença intrínseca entre os sinais saudáveis e de doenças", revela Fan.


Como funcionam?


Lasers líquidos, descobertos no final dos anos 60, amplificam a luz passando-a através de um corante, ao invés de um cristal, como lasers de estado sólido fazem.


Fan desenvolveu um dispositivo único que amplifica o sinal usando o laser líquido num capilar de vidro chamado de "anel de cavidade ressonante".


Em 2011, Fan e o seu grupo de pesquisa descobriu que eles poderiam empregar ADN para modular um laser líquido, ou ligá-lo e desligá-lo. A equipa é uma das únicas no mundo a conseguir esse feito.


Na época, eles não tinham uma aplicação prática em mente. Então eles tiveram a ideia de utilizar o dispositivo como uma ferramenta de diagnóstico por meio da detecção de sinais distintos entre o ADN de célula saudáveis e doentes.



Ana João

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