terça-feira, 5 de junho de 2012

Processos fundamentais de cognição social


Impressões
Noções criadas no contacto com as pessoas que nos fornecem um quadro interpretativo para as julgarmos no que elas são e nas suas reacções. Directas – formada a partir da própria experiencia. Indirectas - formada a partir da experiência dos outros.

Categorização social (Allport) categorizar é incluir pessoas e acontecimentos singulares em conjuntos familiares; integrar num conjunto máximo de informação, economizando estratégias de pensamento e facilitando a actuação na realidade; identificar objectos e acontecimentos portadores de marcas ou sinais próprios das categorias em questão; atribuir aos objectos caracterizados um complexo de ideias e emoções que passa a permanecer em cada um deles
É um processo racional se parte de verdades devidamente comprovadas
Padrão ou Traço Central designação que Asch deu aos atributos marcantes que determinam a percepção geral de uma pessoa

Expectativa
Atitude psicoafectiva que em dadas circunstâncias leva o individuo a efectuar antecipações relativamente a determinadas ocorrências sociais. Asch as primeiras impressões é que perduram, devido ao efeito de primazia => os atributos ganham sentidos diferentes conforme o contexto sugerido pelos traços indicados no inicio de cada lista de adjectivos caracterizadores de uma pessoa por exemplo

Atitudes
 predisposições adquiridas e relativamente estáveis que levam o indivíduo a reagir de forma positiva ou negativa em relação a um objecto de natureza social
Componentes das atitudes
·         Intelectual – o que sabemos ou acreditamos saber acerca de algo (a leitura desenvolve o espírito)
·         Emocional – o que sentimos acerca de algo (Aprecio a leitura de bons livros?)
·         Activa – o que estamos dispostos a fazer em relação a algo, é o resultado das interacções estabelecidas entre os elementos cognitivos e afectivos (desejo de adquirir um livro)
Dissonância Cognitiva apesar de saber que está errado, a pessoa continua a praticar determinado acto, vive numa situação de dissonância cognitiva, facto que o deixa incomodado em virtude da contradição

Representações sociais

Modalidade de conhecimento, socialmente elaborada e partilhada, com um objectivo prático e contribuindo para a constituição de uma realidade comum a um conjunto social. Conjunto de ideias sobre os mais variados assuntos (tudo o que sabemos sobre o tabaco, etc.)
Carácter social das representações (uma representação é social se)
·         Critério quantitativo – é comum a um conjunto numeroso de indivíduos, é sempre partilhada por um grupo
·         Critério genético – é uma produção colectiva, é sempre forjada nas interacções sociais e na comunicação entre os elementos do grupo
·         Critério da funcionalidade – desempenha papéis específicos na sociedade que a elaborou, este critério pragmático faz das representações teorias sociais práticas, tornando-se uma espécie de programas de comunicação quando surgem problemas para o grupo
Objectivação forma como se organizam os elementos da representação e o percurso que efectuam até chegarem a exprimir uma realidade pensada que é tida como natural. Capacidade de transformar conceitos em coisas (bicho papão como figura aterradora). O processo de objectivação é uma espécie de naturalização em que os conceitos adquirem realidade, em que o abstracto e mental passa a concreto e material
Ancoragem processo cognitivo relacionado com a objectivação, cuja ocorrência tanto pode precedê-la como segui-la.
·         Antecede – torna familiar e conhecido o que o não é ainda. Toda a representação social funciona como um código interpretativo em que ancora o desconhecido
·         Segue – tem a função de organização social, atribuindo sentido a conhecimentos, pessoas, etc, veicula uma certa instrumentalização do comportamento das pessoas

Factores de cognição Social 
Influência da família, amigos
·         Infância – a criança vive num mundo restrito em que os pais são os modelos com que deseja identificar-se, por que nutre respeito e estima, pelo que aquilo que dizem ou fazem é incondicionalmente aceite não sendo susceptível de ser posto em causa
·         Adolescência – o adulto vai perdendo credibilidade e o jovem desloca o objecto de identificação do adulto para os amigos, que assumem nesta fase carácter preponderante na vida do jovem
·         Idade Adulta – é mais estável no que respeita a cognições e atitudes comportamentais, e nesta idade que se faz a chamada cristalização das crenças e atitudes
Influência dos mass media
·         Pressuposto da informação partilhada – as imagens e representações que passam na TV têm já em si a ideia de consenso, de partilha por uma larga comunidade, o que facilita a adesão conformista
·         Incremento do processo de objectivação – a expansão do áudio visual fez com que entrássemos num mundo de imagem e rostos que lhes conferem a materialidade de que necessitam para se tornar realidade
·         Impacto das vivencias vicariantes (dos outros) – através do visionamento das acções dos outros, o espectador te acesso a comportamentos que têm o mesmo impacto que a experiência directa
Luís Rocha

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